aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

28.2.05

À mulher da minha vida!!!

"As entradas no meu rosto e os meus cabelos brancos aparecem a cada ano no final do mês de agosto". (Kid Abelha)
(PS:Nasci em 22 de maio, façam os cálculos!)
Antes de saber o que é luz, o brilho dos olhos dela já pairava sobre mim. Antes de imaginar o que é amor, o sentimento devotado a mim acarretava a sensação de segurança e paz que me acalmava. Antes de entender o que é dor, ela já estava lá para lutar como uma leoa, tentando com unhas, pernas, braços, dentes evitar que algo me machuque. Antes de compreender o que era fome ou sede, era do seio dela que vinha minha fonte de vida. Antes mesmo que eu compreendesse o que é verdade, as palavras dela eram irrefutáveis. Antes mesmo que eu soubesse o que é admiração, via-a como uma heroína. Antes mesmo de entender o que é família, era nos braços dela que me sentia em casa. Antes de descobrir o mundo, percebi que tinha algo me amparando e me possibilitando seguir adiante.

Nas quedas, uma mão. No choro, um abraço. No desespero, palavras de conforto. No medo, força. Na angústia, tranqüilidade. Na dúvida, uma saída. Na dor, amizade. Na decepção, afago. Na alegria, companhia. Na vitória, admiração. No caminho, companhia. Nos anseios, investimento. Nos sonhos, fé. Na vida, presença constante.

Não posso, nem poderei jamais retribuir esses anos todos de doação, de entrega e de amor incondicional. Não terei como cumprir as promessas feitas quando criança... Cresci, mãe, e hoje talvez eu não seja do jeito que a senhora sonhou. Hoje, talvez eu não seja a filha ideal e perfeita. Mas quem é perfeito??? Sei, vejo, percebo o quanto tens orgulho de mim e saiba que isso me permite seguir nesta vida de cabeça erguida (às vezes erguida demais, eu sei!). São tua força, teu apoio, tuas palavras, tua presença, enfim, que permitem que eu planeje e siga sonhando e conquistando e amadurecendo e crescendo...

Amanhã não é um dia qualquer. Amanhã será mais um aniversário dessa mulher que fez a Marcele que existe hoje, cheia de defeitos, mil retoques ainda por fazer, mas uma pessoa humana e feliz. Não posso dá-la o que mais quer, não posso presenteá-la com o que gostaria, posso publicizar a importância que ela tem em minha vida e eis aqui, dessa forma singela, a expressão do meu amor à minha leitora mais voraz e fã número zero. Amo você, mãe! Quanto à casa de ouro, bem, quem sabe um dia, né?

24.2.05

Trechos

Dia-a-dia

Acordo cedo, por obrigação
Banho, café, contra-mão
Carro, tráfego, confusão
Classe de français, globalização
Emprego-estágio, escravidão
Processos, relatórios, exploração
Faculdade à noite, falta de opção
A semana inteira no rojão
Chega sexta-feira, uma benção
Dormir até tarde, satisfação
Praia, cinema, amigos, curtição
Viver a vida sem preocupação
Mas tudo é só uma ilusão
Mais uma vez é domingo, decepção
Tristemente, ligo a televisão
Espero a segunda feira, novo furacão
E assim passa a vida, num clarão
No meu cotidiano: alienação?


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Uma resposta para uma "persona non grata":

Sangrando (Gonzaguinha)

Quando eu soltar a minha voz, por favor, entenda
que, palavra por palavra, eis aqui uma pessoa se entregando.
Coração na boca, peito aberto, vou sangrando...
São as lutas dessa nossa vida que eu estou cantando.
Quando eu abrir minha garganta, essa força é tanta.
Tudo que você ouvir, esteja certa, que estarei vivendo.
Veja o brilho dos meus olhos e o tremor das minhas mãos
e o meu corpo tão suado, transbordando toda raça e emoção!
E se eu chorar e o sal molhar o meu sorriso,
não se espante, cante, que teu canto é minha força para cantar.
Quando eu soltar a minha voz, por favor, entenda
que é apenas o meu jeito de viver o que é amar!
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"QUE MINHA LOUCURA SEJA PERDOADA PORQUE METADE DE MIM É AMOR E AOUTRA METADE TAMBÉM"
(Oswaldo Montenegro)

23.2.05

Dirigir (parte I)

Antes mesmo de completar dezoito anos, já sonhava com minha carteira de motorista. Liberdade, independência, solução, não sei que sentido onírico ela implicava, mas era profundamente desejada. Pois bem. Meu pai resolveu me dar umas aulinhas de direção antes que eu entrasse na auto-escola. Beleza!

Naquele dia, saímos de casa cedo, fomos para umas ruazinhas calmas e trocamos os assentos. Lá ia eu para o banco do motorista, meu pai para o do passageiro. Vejam a cena: eu, suando, pernas tremendo, mãos frias, apertando o volante como se pudesse evitar que algo de ruim acontecesse caso mantivesse a direção bem segura em minhas mãos; meu pai, por sua vez, atento, uma mão próxima ao freio de mão, a outra segurando aquele apoio preso ao teto, o pé pisando tão fundo que alguém poderia imaginar que ele tava pensando que ali existia um freio, nervoso.

Acerto o assento, ajusto os retrovisores, coloco o cinto de segurança, ligo o carro, meu pai dá as instruções:

- Aperte a embreagem; respondo:
- Qual dos três é a embreagem e com que pé eu piso?”

Ele respira fundo como se pedisse a entes superiores paciência:

- O da esquerda, Marcele!
- Certo! E agora o que eu faço???
- Passe a primeira e depois vá soltando a embreagem devagar ao mesmo tempo que você acelera, pisando o da direita. Esse aí do meio é o freio.
- Certo, pai.

Respiro fundo, olho fixamente para a rua, vou soltando o pé da embreagem e... isso mesmo, estanquei. Meu pai dá o apoio:

- Calma, no começo é difícil mesmo reconhecer o timing de acelerar. Desligue o carro e faça tudo de novo.

Desligo o carro, três segundos, ligo de novo, aperto a embreagem, engato a primeira, vou soltando e acelerando de leve (não quero sair cantando pneu, né?) e então... estanco de novo! Respiro mais uma vez. Desligo o carro, três segundos, ligo de novo, passo a primeira, "porra! Estanquei de novo!". Calma, calma, calma, desligo o carro, três segundo, ligo de novo.... Estanquei! Estanquei! Estanquei!

Duas horas depois, meu pai:

- Minha filha, você tem certeza que quer tirar carteira de motorista?!?!?! Você não consegue nem fazer o carro andar!!! Você é igualzinha a sua mãe, desesperada, não tem nervos para dirigir. Não conseguirá, nunca!

A paciência dele já fora para o beleléu e eu, depois de ter estancado 450 vezes, respondo choramingando:

- Vou conseguir, sim, pai!!! Snif, snif...

Então, ligo o carro, passo a primeira e saio rasgando, mas consegui colocar o carro para andar, não consegui? Meu pai me manda dobrar à direita, eu pergunto como se faz e ele responde que é só girar a direção. Pensei: “Oba! Isso é fácil!”, faço um giro de mais ou menos 90º (KKKKKKKK!!!!). Obviamente o carro faz uma leve puxada para a direita, neste momento, meu pai intervém, puxando a direção para que o carro entre na rua... Ainda assim, a curva sai muito aberta e vinha um outro veículo em direção a mim. Desespero! Meu pai avisa:

- Puxe mais para a direita para que você fique na sua mão.

A louca enrola mais ainda a direção e quase faz um retorno, meu pai se desespera e grita:

- Freia! Freia!

A louca confunde os pedais e pisa o acelerador... Dez segundos depois: estava eu em cima de uma calçada de mais ou menos 30 cm de altura, quase bati na parada de ônibus, quase matei um pedestre, estourei o pneu do carro, arranhei um pouco a lateral, desci toda me tremendo, quase desmaiei, as pessoas que moravam perto do local, ouviram o estrondo do pneu estourando e saíram de suas casas com copos de água para me tranqüilizar, diziam que não foi nada... Meu pai, calmo, desce para trocar o pneu e diz:

- Da próxima vez, vamos para um lugar mais deserto!

Essa foi a minha primeira experiência com a direção. Hoje em dia é um hobby, um momento de relaxamento, dirigir. Sim, eu tirei a carteira de motorista de primeira e dirijo muito bem. Queria ter escrito sobre o trânsito em Fortaleza, mas fica para a próxima.

21.2.05

Mais do mesmo

Não, eu não tenho mesmo direito de me sentir sozinha. Como todo mundo, tenho amigões do peito, pessoas com quem realmente posso contar, pessoas que realmente me conhecem, me orientam, acrescentam luz e melodia à minha vida. São poucos, sim, mas são mais que suficientes. Não importa quão distante estejam, com que freqüência nos encontremos ou nos falemos, não importa se passamos meses a fio sem notícias, nem se nos vemos constantemente, a amizade que existe entre a gente não padece, não esmorece. São amigos que eu sei que, mesmo depois de anos e anos, ainda estarão em minha vida, para sempre. Dividimos farras, fins de semana sem conta, gargalhadas e lágrimas, alegrias e tristeza, saudade, inúmeras fotos, segredos, fofocas, dividimos, enfim, a vida.

Tenho também os amigos de agora, pessoas que convivem comigo, que falo todos dias, que fazem parte da minha rotina, do meu cotidiano. São pessoas que estão no presente, mas não sei se estarão no futuro. Não importa! São amigos de farra, amigos de faculdade, amigos do trabalho... São amigos, sim, e são muitos! Talvez o prazo de validade da amizade não seja ad infinitum, mas nada disso diminui o carinho que nutro por eles.

Existem também inúmeros colegas. Gente que não me conhece a fundo, não ouve minhas histórias, minhas gargalhadas, não divide suas histórias comigo, mas estamos nos mesmos ambientes, temos amigos em comum, afazeres semelhantes. Sei lá. De alguma forma, nos conhecemos. São muitos amigos em potencial, que por algum motivo qualquer a vida teima em não nos unir. São também pessoas com quem, às vezes, não existe afinidades: enquanto adoro pop rock, a pessoa só ouve brega; eu, amando pizza; e a pessoa, sushi; eu adoro conversar e rir, a pessoa, calar e observar... Sei lá, tem gente que, sinceramente, não bate, não entra, não desce. Tem gente que gosta mesmo é de polemizar! Ninguém é unânime, nem eu!

Como disse mil vezes e não canso de repetir, sou como todo mundo, uma anônima neste mundo ao deus-dará, não fiz nada de interessante ou surpreendente (ainda), não tenho placas nem monumentos em minha homenagem, não sou exemplo de nada nem sirvo ou me dedico a isso, não quero ser um ícone, não tenho grande pretensões, não quero fama, não quero ser milionária, não quero mudar o mundo (gosto das coisas deste jeito, poderia dar uns retoques), não quero ser lembrada pelas gerações seguintes, não almejo pisar a lua, não sonho com luxo e requinte, nada disso me atrai.

Meus sonhos e planos são bem mais modestos e menos pretensiosos que os enumerados acima. Quero uma vida simples, um trabalho dignificante, gratificante; um amor incondicional e correspondido; filhos barulhentos e casa cheia; viagens anuais para momentos de prazer; dinheiro suficiente para realizar pequenos planos e gostos; uma casa na praia e uma outra no campo; tempo suficiente pra desfrutar da companhia dos meus filhos e netos; amigos fiéis e presentes; tardes de conversas na varanda; inúmeros vezes ver o sol se por e nascer; envelhecer com lucidez e saúde e morrer tranqüilamente, sem sofrer, sem dor.

Pelo que eu sou, muitos me amarão e outros me detestarão, prefiro acreditar que existirá um número maior no primeiro grupo. Seguirei a minha vida como sempre. Viverei o hoje como tenho feito. Divertir-me-ei porque mereço. Sairei para as baladas porque é o momento. Beijarei muito porque é a fase. E um dia, realizarei minhas pequenas pretensões. Tenho a vida inteira pela frente e o mundo inteiro a desvendar. Não tenho como ser unânime. Há pessoas que querem mudar o mundo, dominar o caos, viajar a Terra inteira, almejam à fortuna, ao poder, à riqueza. Existem pessoas que simplesmente não têm nada a ver comigo e a minha forma de ver e pensar e me expor representa uma afronta, um mal. Não me desgastarei mais com esse tipo de gente. Tenho outras tantas ao meu lado que permitem meu sorriso e minhas lágrimas de admiração e amor. Sou feliz assim e ainda serei muito mais.
PS: Ju, suas palavras no comment do post anterior foram redentoras. Chorei muito! Bizarria, você sabe que eu te amo! Você é a melhor amiga de todos os tempos e o Oceano Atlântico não é nada mesmo!

18.2.05

Ninguém merece!

É sério, certas pessoas simplesmente não merecem... Não adianta você querer ser altruísta, resignada, otimista, defensora, imparcial, disponível, amiga, conselheira... Não adianta! Algumas pessoas simplesmente não merecem! Não merecem a dedicação que você devota, não merecem a amizade e o carinho, não merecem as palavras de conforto ou admiração. Algumas pessoas deveriam ser expurgadas do seu convívio social por não saberem dar o valor àquelas pequenas coisas que fazem toda a diferença.

Sim, eu estava passando por um momento ruim, um momento em que me senti só (um momento em que tudo que eu mais precisava era da Ju dizendo que me adora ou o Pedro dizendo que quer muito ser meu melhor amigo) e aparece um fdp infeliz, recalcado, que, por sinal, deve estar entre meus “friends” do orkut, para me chamar de fútil, metida, alienada e sei mais lá o quê que está implícito no “comment” que ele fez ao post anterior.

Tenho momentos de carência que não chegam a ser depressão. Tenho momentos de solidão que não chegam a me fazer fugir do mundo. Tenho momentos de tristeza, de fossa, de necessidade de colo igual a todo mundo. Na maioria das vezes, sou uma pessoa para cima, alegra, divertida... Mas odeio estereótipos!!! Odeio que pensem-digam-imaginem-fofoquem qualquer coisa a meu respeito! Eu sou muito mais complexa do que a compreensão-impressão-imaginação de alguém que pensa que me conhece!

Estereótipo é o que há de mais detestável nessa sociedade capitalista em que vivemos. A imagem que se passa vincula as pessoas a certos padrões de comportamento. E se, por acaso, resolvemos esquecer a linha da normalidade e desbravar horizontes nunca antes pensados, somos sempre taxados de algum adjetivo pejorativo! As tribos representam isto: as pessoas se misturam e se envolvem com aqueles que são parecidos, se vestem parecido, andam nos mesmos lugares, ouvem as mesmas coisas... E se eu quiser ser funkeira hoje, pagodeira amanhã, intelectual logo mais??? Pior: se eu quiser ir de calça da gangue e mini-blusa para um show do Chico Buarque??? Mais: se eu quiser ser tudo ao mesmo tempo agora???

Poxa! Que se fo... o que o tal anônimo pensa de mim! Embora odeie estereótipos, a opinião pública não afeta em nada a maneira como conduzo minha vida. Não tenho intenção de ser popular, quero apenas ser feliz! Se o fato de conhecer muita gente, sair para muitos lugares, ter amigos do peito, amigos de farra, amigos de sala, amigos de infância, amigos em potencial, colegas, conhecidos e desconhecidos não tão desconhecidos, adorar festas, adorar farras faz de mim uma pessoa popular, que seja! Se o “Marcele’s way of life” incomoda alguém, paciência!

Ando pelo mundo com o objetivo de provar tudo, viver tudo, sentir tudo e morrer de amor! Para aqueles que se preocuparam com o infernal astral do post de ontem, já estou bem! Valeu, anônimo, por sua causa vi o quanto sou feliz!

17.2.05

Momento só

"Tem dias q a gente se sente, um pouco talvez, menos gente.Um dia daqueles sem graça, de chuva a cair na vidraça,Um dia qualquer sem pensar, sentindo o futuro no ar,O ar, carregado, sutil, um dia de maio ou abril,Sem qualquer amigo do lado, sozinho em silencio calado,Com uma pergunta na alma...Por que nessa tarde tão calma, o tempo parece parado?"


Todo mundo que vive este mundo internético deve conhecer o orkut. Pois bem, segundo os cálculos do tal programa, tenho quase 400 amigos. Isso mesmo! 400 pessoas na minha lista de contatos! Gente pra caramba...

Por que, então, me sinto só??? Por que, às vezes, o mundo parece vazio??? Por que, mesmo com a vida atribulada que levo, mesmo com as farras corriqueiras, mesmo com dezenas de scraps diários, mesmo vivendo cercada de pessoas, este sentimento de solidão não me abandona??? Por que parece que vivo num deserto quando penso que minha cidade é um ovo???

Algumas pessoas que saíram da minha vida fazem muita falta. Algumas pessoas que sumiram do meu cotidiano ainda latejam aqui no peito. Mas não consigo entender como nem porquê a solidão teima em doer em mim. Como, com tantos “amigos”, sou (ou me sinto) solitária??? Mas mais que tudo dói ver que ninguém me conhece. Eu não tenho amigos!

Quantos dentre estes 400 sabem o que realmente penso acerca da vida? Quantos entendem meus olhares e o que passa na minha cabeça??? Quantos destes amigos são capazes de deixar o que tiverem fazendo para socorrer-me num momento de profunda tristeza? Com quantos deles poderei eu realmente contar? Para quantos deles poderei contar minha vida, minhas aventuras, minha dor? Em quantos, dentre estes 400 colos, poderei me jogar e chorar? A quantos deles serei imprescindível??? Quem viria me acudir quando de um pneu furado? Quem acompanharia-me numa visita a um médico? Quem, meu Deus, quem???

Para muitas pessoas, sou só mais alguém na lista de contatos, sou a “menina do OBA!”, ou uma “colega de faculdade”, ou “aquela que estudou no CLF”, ou “a BOA de Olinda”.... Sou tantas coisas!!! Mas sou muito mais que isso! Minha vida não se limita a “odiar o Vitor Hannover” ou “odiar acordar cedo” ou “acreditar no amor”. Às vezes sinto necessidade de dizer que eu tenho algo a dizer. Às vezes me angustia por demais a futilidade que vêem em mim.

Não, pessoas, eu não sou fútil. Não, eu não sou filhinha de papai (nem de mamãe!). Não, eu não sou louca, desbocada, animada, farrista, simpática... Eu não sou nada disso que pensam-dizem-imaginam-aparenta que eu sou! Eu sou só eu! Assim, desse jeito! Gostaria muito de ser amiga de todos vocês, de compartilhar meu mundo, de ter para quem correr, de ter com quem contar, mas INFELIZMENTE, hoje me sinto só!

“Une seul être vous manque et tout le monde est depeuplé"
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André, valeu pela abertura e pela companhia ontem! E aqueles que visitam sempre e tavam pedindo posts novos, desculpem-me! O tempo anda difícil!

11.2.05

Salve o meu CaRnAvAl!!!

Parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante
onde cada hora tinha seu encanto diferente
cada passo produzia um êxtase
e alma se cobria de um luxo radioso de sensações!”


Foi exatamente assim que me senti ao chegar em OLINDA. Sensações irradiando por todo meu corpo. Aquela ladeira lotada de pessoas, multicolorida, calor (muito calor), fantasias de todos os tipos, sorrisos, suor e sangue, pisões no pé, beliscões na bunda, tapas nas caras dos assanhados, jato d’água destruindo a maquiagem, tênis velho rasgando o solado, pernas doloridas, todo mundo se abanando, entorpecentes, farra demais, bebedeira demais, gente demais, sol na moleira... Carnaval perfeito demais!

Olinda, neste período, é uma multidão em convulsão, embalada por marchinhas e frevos que parecem guiar o corpo em movimentos frenéticos! É simplesmente impossível ficar parado!!! Ladeiras, muitas ladeiras, muitos homens maravilhosos, muitas meninas “à procura”. Em Olinda, guerra é GUERRA! E se você não beijar muito, só quem não beijou foi você! Perdeu este ano??? Espera o próximo que será, com certeza, melhor.

Quatro dias de pura folia! Momentos inesquecíveis, amizades que se constituem, amizades que se fortalecem, amizades que se desfazem, namoros que começam, amores que acabam, muitos bebês nascem depois de nove meses, apesar das campanhas repetitivas e batidas de prevenção! Muita gente morrendo por conta dos acidentes de carro... Mas a folia é o êxtase!

Carnaval é a festa maior deste povo brasileiro. Por mais que eu jure, nunca consigo ficar fora dela. Amo muito tudo isso!!! Dancei, bebi, pulei, esqueci de mim, esqueci de passar protetor, esqueci de comer direito, esqueci de me proteger da chuva, esqueci de não entrar no ar condicionado molhada, esqueci dos nomes de uns alguéns que conheci lá... Resultado de tanto esquecimento: uma crise de garganta brabíssima.

Hoje, estão aqui ao meu lado, anti-inflamatórios, antibióticos, e dezenas de outros comprimidos, além dos remédios caseiros de mamãe, dor nas costas, dor nas pernas, umas "ronchas", uns cortes, uma unha que tá no cai-nãocai, lábios ressecados, cabelos destroçados (quase uns farelos). Minha mãe pergunta se valeu à pena e eu respondo: ÔÔÔÔÔÔ!!!

2.2.05

Carnaval!

"Com dinheiro ou sem dinheiro, eu me viro em fevereiro
E hoje, tô feliz é de te ver!!!
Com dinheiro ou sem dinheiro,
em fevereiro, eu sou!
Fevereiro, eu vou."
Nunca disse isso aqui, mas eu adoro Carnaval!!! Adoro mesmo e principalmente quando estou solteira! Esse apelo à farra, à alegria, todo mundo nas ruas, dançando, bebendo, brincando, se divertindo combina demais comigo. Embora seja a festa da carne, cercada de pecados, quase uma ode ao deus BACO, para mim, é a visão do paraíso! Ah, se todos os dias fossem de Carnaval e que a quarta-feira ingrata não chegasse nunca!!! Enfim, hoje, ainda é a quarta antes do feriadão e estou em clima de expectativa total. O Carnaval promete!!! Não estou com cabeça para pensar direito, então, sugiro-os que visitem o blog da mamãe que tem um texto excelente falando sobre internet e as janelas da vida: FALANDO DE FLORES (http://falandodeflores.blogspot.com/)! Divirtam-se todos nestes dias de farra!!!