aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

28.11.04

Mine me

Tô tentando colocar uma foto minha aqui...

26.11.04

Os três patetas e as meninas super poderosas

Existe um certo preconceito que parece atrelar a dor de amor às mulheres. Elas sofrem, sim. Elas choram, elas enlouquecem ao perder o HOMEM da sua vida. Elas vivem atrás do príncipe encantado e perfeito, redentor, salvador, apaixonado, lindo, rico, disponível, íntegro, simpático, inteligente, divertido, tarado, carinhoso... Ahh, são tantos qualificativos!

Enfim, o fato é que nos acostumamos a vincular a dor de amor à mulher. Os homens aparentam sempre não se preocuparem muito, não sofrerem muito. Acabam um relacionamento de anos de manhã e, na mesma noite, já estão atracados com outra, numa boate qualquer, aos beijos. Vai bem dizer que você não pensa assim também? Os amigos ajudam o cara a cair na farra, enquanto as amigas secam as lágrimas e aconselham aquela que sofre.

Tudo bem. Sei que a literatura, principalmente a romântica, está aí para provar que existem homens fiéis, cujo amor inabalável mantém a adoração por um único ser do sexo feminino. Todavia, estamos habituados às inúmeras comprovações da máxima: “homens cachorros, mulheres sofridas”. Pelo menos, entre nós mulheres, as coisas estão nestes termos.

Qual foi a minha surpresa ao encontrar a alguns dias, não só um, mas três rapazes sofrendo por três garotas!!! Sim, eles se lamentavam, choramingavam, reclamavam, encheram meu saco com perguntas e lamentações. Três patetas!!! Um ajudando ao outro, consolando, aconselhando a superar, qual três noivas abandonadas no altar! Uma cena, no mínimo, esdrúxula.

Admito que as três moças, por quem os três patetas nutrem sentimentos tão sinceros, são três amigas minhas (por isso fui alvo de tantos pontos de interrogação). As três inverteram completamente os papéis. Enquanto eles sofrem e se resignam, elas estão na balada, combinam as farras a partir da quinta à noite, saem e curtem, bebem e riem, são muuuuuiiiiiito paqueradas, selecionam, se divertem, são realmente meninas super poderosas. Não tenho acompanhado o dia-a-dia dos rapazes, mas as notícias que me chegam são as de que correm atrás dos seres amados como um cachorro faminto atrás de um osso de galinha carnudo.

Esta mudança de paradigmas me faz refletir acerca de GÊNERO. A revolução social por que passa este país é algo realmente gigantesco. Não bastou sairmos de casa para trabalhar, sermos economicamente independentes, inteligentes, concorrentes de igual para igual, livres; hoje, o âmbito de atuação feminina é bem maior e a equiparação ao sexo masculino abrange certos tipos de conduta antes exclusivamente por eles tomadas.

A atitude de minhas amigas é algo admirável. Tenho certeza que nossas avós ficariam boquiabertas com tamanha desenvoltura e força de vontade, com tanta personalidade. Para as mulheres daquele tempo, uma mulher deveria ser discreta, comedida, resignada, forte ante adversidades, presente ao lado do marido para o que quer que fosse. Hoje, buscamos Felicidade (é isso que minhas amigas mais falam). Felicidade plena, independente de homens, porque somos jovens mulheres de um século que promete grandes transformações.

Como solteira convicta, estou adorando a turminha que formamos nas nights. Rapazes, se preparem porque nós vamos abalar!!!

24.11.04

Pare, agora!

Muitos comentam que a adolescência é uma fase difícil, de conflitos internos, conflitos de gerações, conflitos com professores, com irmãos, com amigos.... Na adolescência, a vida é encarada na base do tudo ou nada, vida e morte, tudo ao extremo. É o extremo das sensações, é o extremo das alegrias, é o extremo das tristezas, é o extremo dos hormônios, enfim a adolescência é a fase em que a gente leva na cara para ver se consegue encarar a vida.

Pois bem. Apesar de dizerem tudo isso acerca desta fase, para mim, ela foi cor de rosa com lantejoulas. Embora meus pais tenham se separado logo no início da minha adolescência, embora não tivesse dinheiro suficiente para fazer tudo o que eu queria, embora tenha brigado inúmeras vezes com meus pais, embora tenha tido ataques histéricos com meu irmão.... O que quero dizer é que não foi tudo um mar de rosas, mas não me enquadro no perfil da juventude transviada. Era uma menina normal, com planos, sonhos, esperanças e a VIDA INTEIRA pela frente.

É este o problema agora. De todas as fases da vida pelas quais passei, a atual, sem sombra de dúvidas, é a mais difícil. Hoje, não tenho mais a vida inteira pela frente. Minha vida é agora. As oportunidades aparecem agora, as escolhas devem ser feitas agora, as grandes decisões, o homem da minha vida, minha carreira, “tudo ao mesmo tempo agora”. Ante isso tudo, confusão.

Estou aqui, no alto dos meus vinte e poucos anos, cheia de dúvidas (mais do que nunca estive), não sei se me sinto capaz de decidir, de escolher, não experimentei ainda todas as alternativas. Escolher que curso fazer no vestibular é difícil (outro dilema adolescente), porém, é possível entrar na faculdade, desistir, escolher outro.... Todavia, escolher o rumo da sua vida... Bom, são outros 500.

É como se todos os holofotes estivessem voltados para você: a pressão de fazer o que é certo, ser bem sucedido, magro, bonito, feliz... Até então, poderia correr para os braços da mamãe, do papai, para as cadeiras do psicólogo, para tias, professores... eu poderia me amparar em alguém e sob ele esconder minha insegurança e meu medo de que dê tudo errado. As coisas não estavam sob minha responsabilidade. É isso!!!! RESPONSABILIDADE. Se existe uma adolescente drogada, a culpa é dos pais. Um adolescente criminoso, a culpa é dos pais. Um adolescente preguiçoso e que vai mal na escola, a culpa é dos pais. Mas agora a culpa é minha mesmo.

Parece que a fase que vai da infância à fase adulta acontece dos 20 aos 25 anos. É nesta fase que tudo, absolutamente tudo, na sua vida se resolve, se define. A obrigação de me tornar adulta, saber o que quero realmente fazer para o resto da vida, encontrar O cara da minha vida, estabilizar-me financeiramente, sair da sombra gostosa e quente da casa dos meus pais, tornar-me independente.... O mundo está aí, esperando para que eu entre nele, esperando as respostas que eu não sei, aguardando minha decisão acerca da minha vida. Tenho o livre arbítrio para escolher, mas não posse decidir quando fazê-lo.

Posso ser sincera? Eu queria mesmo era ficar nessa vidinha para sempre: faculdade (que lugar melhor para fazer amigos???), estágio (a gente até trabalha pesado, mas o dinheiro que ganha não é para pagar as contas no fim do mês, mas para as inúmeras noitadas, porres, pequenas viagens etc), solteira (são inúmeras as oportunidades de se conhecer alguém interessante pelo mundo afora. Ou não???)... Quero que a minha vida continue assim, como é. Não quero crescer agora. Dá para parar o tempo???

Ei, você que controla isso, dá um pause aí para que eu possa aproveita mais um pouquinho... Ainda tem um monte de coisa que quero fazer, ainda tem um monte de viagens, muitos lugares e pessoas por conhecer, muitos quilômetros para rodar... Não dá para parar este troço, não???

9.11.04

Segunda-feira e Hakuna Matata

Segunda-feira é, por si só, um dia de cão. Como se já não bastasse o fim de semana de descanso e prazeres ter acabado, ter passado por mais um domingo solitário (sim, porque todos os domingos à noite para uma menina solteira como eu representam uma verdadeira afronta ao sentimento “estou solteira e feliz”, posto que todos os seus amigos saem com seus respectivos, seus irmãos – mais novos – vão ao cinema com os namorados; e você, único ser neste planeta que não tem NINGUÉM termina em casa assistindo ao Fantástico ou brincando na internet. É o fim, mas voltemos à segunda-feira e deixemos o domingo nostálgico para o domingo que vem), como se não bastasse a consciência de que a semana está apenas começando, que o final de semana que vem ainda está longe e que você sabe que não terá tempo de resolver metade das coisas que tem que resolver, a minha segunda-feira (08/11) conseguiu ser pior do que poderia ser.

Sabe quando todos os astros conspiram para que exatamente cada coisa que se faça dê errado? Ou como diria minha amiga Lia Sanders: “O setor divino responsável por afastar minha vida do caos reuniu-se e decidiu: Baixemos a guarda e vejamos como ela se sai!”. Pois é, só podia dar a M... que deu!

Se eu não acreditava na Lei de Murphy (aquela que diz que se existe a probabilidade de algo dar errado na sua vida, esta probabilidade se concretizará), ontem comprovei isso! Exatamente tudo que tentei fazer deu errado. A pré-matrícula na porcaria do site da UFC, uma peça de defesa de uma ação pela qual sou responsável (simplesmente não vinha à cabeça teses defensáveis), o levantamento dos processos do advogado com quem estagio, o pagamento da “módica” quantia da minha fatura de cartão de crédito (Quis dar uma de moderninha que não anda em bancos e inventei de pagar a contar pela internet mesmo... Digitei o código de barras errado e me fu... É uma lei jurídica conhecida por todos: quem paga mal, paga duas vezes!!! Isso significa que: além de não ter pago a conta para a Operadora do Cartão porque não há como saber pra onde o dinheiro foi, terei que pagar novamente, acrescendo ainda juros, multa etc etc etc – Quase tive um filho de tanto ódio!), a revisão da nota da prova de processo penal (vocês acreditam que o professor ainda diminuiu a minha nota?!?! PQP!!!)...

É sério, ninguém merece uma segunda-feira dessas!!! Para finalizar meu dia, chego em casa estressada, cansada, com vontade de banho e cama e tenho que ouvir a seguinte coisa vinda de algum anencéfalo que cruzou comigo pelo caminho: “Marcele, Hakuna Matata!”, e o infeliz canta: “os seus problemaaaas você deve esquecer-ê! Isso é viveeeer, é aprendeeeerr, Hakuna Matata!”.

Tudo bem, tudo bem. Concordo que a intenção foi boa, mas, depois de um dia desses, eu queria me afundar nos meus lençóis e morrer até a manhã seguinte. Nem queiram saber o que falei para o pobre coitado que cruzou o meu caminho. Refletindo sobre isso, cheguei à seguinte conclusão: laisse tombé, como diriam os franceses; ou numa linguagem, digamos, infantil, hakuna matata!!!

7.11.04

Pedras nas mãos

Fortaleza, 07 de novembro de 2004.

“Perdi vinte em vinte e nove amizades por conta de uma pedra em minhas mãos...”

As músicas de Renato Russo, geralmente têm algo implícito, alguma mensagem escondida nas entrelinhas. Esse verso em particular me chamou a atenção recentemente. Não apenas por ser uma música que eu adoro, mas também pela tal da mensagem subliminar incutida aí.

Muitas vezes nem nos damos conta, mas é muito fácil apontar os erros dos outros. Os outros são mal educados, os outros jogam lixo nas ruas, sujam as praias; os outros são grosseiros e dirigem mal; os outros ultrapassam pela direita; os outros buzinam na frente de hospitais. Os outros não respeitam a faixa de pedestres e fazem baderna de madrugada ou nas vésperas das nossas provas finais. Os outros não respeitam as pessoas de bem... Os outros são, na verdade, o problema da nação. São preguiçosos, dormem demais, dão prejuízos ao país. Não estudam tanto quanto deveriam e sobrecarregam as pessoas esforçadas e trabalhadoras que existem nesta nação. Os outros são a vergonha nacional.

Taí, listei inúmeros problemas causados pelos outros. O problema é que os outros somos nós mesmos. Nós atiramos pedras e não enxergamos nossos próprios defeitos, nossos próprios erros, nossos medos, privações e tudo mais que induzem comportamentos desviados, atitudes, digamos, imperfeitas. Os outros é um todo formado por cada um de nós... Mas por que é tão difícil perceber isso???

Se pararmos para pensar: quem nunca jogou papel no chão??? Quem nunca jogou lixo pela janela do carro? Quem nunca ultrapassou pela direita quando tinha uma velha à 40 km/h na faixa da esquerda??? Quem nunca caiu na badalada com uma turma de amigos no meio da semana e chegou em casa com o som nas alturas, cantando alto e acordando todos os vizinhos, às três da madrugada??? Somos todos pecadores, cheios de defeitos... A perfeição simplesmente não existe!!! Não em seres humanos!!!

Assim, atirando pedras nos “outros” (e esta ação imiscui-se com inúmeros outros problemas como: preconceito, auto-imagem, sociabilidade etc) afastamos amizades em potencial e perdemos os amigos que fazem parte dos “outros”. Somos falíveis e imperfeitos. A consciência disso deve ser nosso objetivo maior na vida. Levantar o dedo para mostrar o erro do outro é apenas uma forma que a criatura egoísta que existe em cada um de nós encontrou para tentar esconder o que há de feio e podre em nós mesmos. É ou não é?

Eu ainda chego lá, serei a pessoa que pretendo ser um dia!!! Num futuro próximo, quem sabe, colocarei em prática a forma como acho que cada ser humano deve viver: como se cada dia fosse último, como se este fosse o momento ideal para dizer àquela pessoa o quanto ela é especial, como se não pudesse perder tempo reparando no que os "outros" fazem ou deixam de fazer, como se ninguém influenciasse na minha vida e cada dia fosse de sol, na praia, rodeada de cerveja e amigos... “Só assim serei feliz, bem feliz!”.

Para terminar, o verso final da música: “Quando você deixou de me amar, aprendi a perdoar e a pedir perdão”. Quem melhor que o amor para nos mostrar o quanto somos frágeis e idiotas, o quanto dependemos dos “outros” e que fazemos parte deles??? Só o amor é capaz de modificar este olhar sobre o mundo!!!

Cele

PS: Posso dizer isto com convicção, vivi um amor que me fez amadurecer profundamente. Através dele, aprendi a reconhecer meus limites e potencialidades. Sou outra pessoa após esta história.
PS 2: Ninguém no mundo me mostrou mais meus defeitos do que esta pessoa. Enfim, tudo passa.

5.11.04

DISCURSO DE ANIVERSÀRIO

Fortaleza, 23 de maio de 2004.

Cara, como o tempo passa rápido!!!! Olhando este painel de fotos que eu mesma escolhi e montei, vejo o quanto já fiz na vida... Isso me deixa um pouco nostálgica. Muitos amigos com os quais não tenho mais contatos ou não estão mais aqui se perderam com o tempo. Amizade é um negócio que deve ser gerido de maneira competente para durar, superar os momentos de crise e se expandir.

Pensando bem, lembro-me de que quando completei quinze anos alguém me disse que, para os vinte, seria um pulo!!! E foi mesmo rapidíssimo!!!! Acho que, pelo menos, de ter aproveitado todas as fases da minha vida, eu posso me orgulhar. Passei por tudo de maneira coerente e tenho certeza de que vocês, aqui presentes, em muitos momentos estiveram ao meu lado.

Lembro-me perfeitamente das brincadeiras de Barbie no salão de festas do bloco D, da guerra que era porque eu não queria emprestar as roupas da minha Barbie para as das outras meninas. Lembro-me da turma toda se reunindo pra jogar bandeira na quadra afundando ou para brincar de bulldog no playground. Lembro-me do pegador, tubarão e da pirâmide na piscina (meninos embaixo, meninas no segundo andar e o Rafael da Mara no topo!). Minha infância teve muita coisa: pega-pega de patins, corrida de bicicleta, papai Noel no Natal...

Minha família é daquele tipo que qualquer coisa enseja uma festa, um churrasco... Foram momentos inesquecíveis os inúmeros Natais, aniversários, reveillons que passamos juntos na minha infância. O exemplo de união e respeito que vocês me prestaram servirá de paradigma para a família que quero construir um dia.

Mas o tempo passa rápido demais e, quase sem querer, já estava gostando de um rapazinho que jogou o bombom que eu dei a ele na piscina. Vocês não podem imaginar o quanto sofri!!! Depois dele, muitos outros partiram meu coração e continuam partindo. Com o tempo, os interesses mudaram, e fizemos muitas,mas muitas farras... Ah, se os 3 amores falasse!!! Foram muitos fortais, muitos carnavais no Morro Branco e, mais recentemente, em Olinda; foram muitos amanheceres juntos, muitos porres, muitas gargalhadas, muitos paquerinhas... Minha adolescência passou correndo! Lembro-me da turma do CLF, da 8ª A, da galera que, com 14 anos, organizou uma super festa de conclusão... Lembro-me da Tia Elaide e do véi Vicente chamando os meninos de MACACO, da época de Grêmio Antônio Sales, das inúmeras festas da rainha...São muitas recordações naquele Lourenço Filho.

Lembro-me que, no 3º ano, tudo mudou. Fui pra turma especial. 3º ano, tinha que estudar!!! Que nada! A gente se auto-intitulou GV (galera dos vagabas), nunca assistíamos às duas últimas aulas, sempre saíamos juntos pra beber. E se Pacajus ou o Icaraí falassem, estaríamos lascados. Formei uma turma de amigos que, sem dúvida, serão pra sempre... Já não era sem tempo da gente se reunir.

E o tempo, sempre ele, voltou a correr. De repente, estava na faculdade. Novas pessoas, outras conversas, gente muito diferente de mim, gente tão parecida... A faculdade me proporcionou contatos com pessoas de todo tipo, cresci com esta experiência. Cresci como pessoa. Estou fazendo amigos, mudando minha vida, ampliando horizontes, me desapaixonei, aprendi a levar a vida mais leve, a curtir os momentos, estou amando demais tudo isso. Na faculdade, conheci pessoas incrivelmente especiais, e que, mesmo que a gente se separe, sei que, de alguma forma elas estarão em mim, porque as suas marcas permanecerão latentes.

Hoje reúno ao meu redor pessoas que estiveram presentes em alguns destes momentos e pessoas que nunca deixaram de estar ao meu lado para celebrar minha vida, para celebrar junto comigo a história de tantos momentos, as recordações boas e ruins, a união de fatos e atos que imprimem em cada um de vocês um pouco de mim e vice-versa. Sei que, de algum modo, cada qual tem alguma relação comigo e, por isso, chamei tantas pessoas, porque queria rever, através do rosto de vocês, as recordações daquilo que já vivi, de momentos que foram inestimáveis para mim.

Agradeço a presença de todos, porque essa consideração é o que realmente importa. Saibam que cada um significa muito para mim, mas queria agradecer a algumas pessoas especiais.

Mãe, a senhora é tuuuuudo mesmo, todo tempo, a qualquer hora e sempre. Pai, obrigada por tudo e, especialmente, pela festa, foi maravilhoso ver o Senhor dar o gás, suar a camisa pra fazer isso acontecer. Manu, você é uma irmã 100%. Nos momentos em que mais precisei você me ajudou a desatar os nós. Cresci achando você uma piveta e nunca pensei que nos tornaríamos tão amigas, tão cúmplices. Tiago, só pegando no tranco, mas, mesmo assim, obrigada pela ajuda, sem vocês lá de casa, nada teria acontecido.

À galera do prédio, isso inclui Lidiane e Gabriela: vocês são mesmo amigos da vida inteira. O tempo passa, o tempo voa e estamos ainda juntos, ainda amigos, como sempre. Na hora do sufoco, na hora da alegria, quase como um casamento é só correr pra porta ao lado ou usar o interfone.

Ao pessoal do CLF: Poxa, com vocês, vivi momentos maravilhosos, sei que tenho o carinho e amizade de todos e me considero ainda a alma dessa turma. Apesar da falta de tempo, de não convivermos mais diariamente, tenho vocês como os melhores amigos que poderia ter tido na escola. Não desapareçam da minha vida, viu? Amo vocês todos demais!!!

Aos meus amigos da Faculdade: Tem sido muito bom estar com vocês, fazendo a história daquela faculdade centenária se revestir de um pouco da gente. Vocês são pessoas realmente especiais e estou certa de que estaremos juntos, transformando o Poder Judiciário deste país numa instituição cujo escopo seja realmente a promoção da Justiça, através de atitudes morais e éticas. Ju e Bruno, vocês são realmente as melhores descobertas da faculdade, amigos mesmo, pra sempre.

Aos demais, que não se enquadram nestes grupos, saibam que sua presença em minha vida torna esta mais feliz e iluminada. Por fim, queria lembrar duas pessoas que passaram pelo mundo e que, de alguma forma, deixaram suas raízes também em mim. Tia Zuleide e Lívia, onde quer que vocês estejam, saibam que seus exemplos continuam sendo referência para mim e, por isso, não há que se falar em fim.

4.11.04

QUEDA LIVRE

"O risco é que, no momento em que se notar o que se perdeu por não ter dito nada, já não se possa mais dizer mais nada". Voltamos àquela história batida e clichê do é melhor se arrepender do que fez do que nem ter, ao menos, tentado. A impulsividade é uma característica que me persegue... Em tudo na minha vida ajo assim: decido na última hora, deixo-me levar pelo coração, fecho os olhos e, sem pensar, me entrego... Muitas vezes dá tudo certo no final. Muitas vezes, caio no abismo de braços abertos e um sorriso no rosto. A queda dá aquele frio gostoso na barriga ¿ butterflies, you make me feel like butterflies -, mil sensações deliciosas, vou caindo e apreciando a paisagem, sentindo as emoções, sem olhar para o que já passou e aproveitando cada momento. O que é o amor se não uma queda livre? Um pulo no abismo??? Antes, morre-se de medo, treme-se, diz-se: ¿Deus me livre!¿. Quando ele tá ali, na sua frente, surge uma coragem não sei de onde, uma força que faz com que a gente se jogue no nada, sem rede de proteção, sem defesas, sem pára-quedas até. A gente pula e depois pensa. Fecha os olhos, cruza os dedos e torce para ser correspondido. Como eu disse acima, durante a queda são mil borboletas na barriga, mil sensações... Neste momento, a gente pede para que estas emoções durem para sempre. É tão bom este sentimento: a vida preenchida, a alma completa, sorrisos nos lábios, o sol, o céu mais azul, flores na janela, pássaros a cantar... De repente, não mais que de repente, a gente vê o chão se aproximar! Um susto, muito medo do baque, da dor. Sem que a gente perceba, se estabaca no chão. Sofre, sofre, sofre... Pensa que jamais ficará bom. Jura para si que nunca mais se jogará neste abismo novamente. Faz promessas para que não deixe o coração amolecer novamente, que nunca mais, NUN-CA MAIS!, vai sentir aquela dor novamente. Algum tempo depois, a gente se pega à beira do abismo de novo, com a mesma força impulsionando a gente para se jogar. De repente, butterflies, céu azul, muitas flores... O que é o amor se não um pulo em um abismo, sem pára-quedas, sem rede de proteção??? E por mais que haja a aterrissagem conturbada e dolorida, é uma delícia se jogar. Alguém discorda??? É aquela velha história do melhor se arrepender do que fez do que não ter, nem ao menos, tentado.