aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

5.11.04

DISCURSO DE ANIVERSÀRIO

Fortaleza, 23 de maio de 2004.

Cara, como o tempo passa rápido!!!! Olhando este painel de fotos que eu mesma escolhi e montei, vejo o quanto já fiz na vida... Isso me deixa um pouco nostálgica. Muitos amigos com os quais não tenho mais contatos ou não estão mais aqui se perderam com o tempo. Amizade é um negócio que deve ser gerido de maneira competente para durar, superar os momentos de crise e se expandir.

Pensando bem, lembro-me de que quando completei quinze anos alguém me disse que, para os vinte, seria um pulo!!! E foi mesmo rapidíssimo!!!! Acho que, pelo menos, de ter aproveitado todas as fases da minha vida, eu posso me orgulhar. Passei por tudo de maneira coerente e tenho certeza de que vocês, aqui presentes, em muitos momentos estiveram ao meu lado.

Lembro-me perfeitamente das brincadeiras de Barbie no salão de festas do bloco D, da guerra que era porque eu não queria emprestar as roupas da minha Barbie para as das outras meninas. Lembro-me da turma toda se reunindo pra jogar bandeira na quadra afundando ou para brincar de bulldog no playground. Lembro-me do pegador, tubarão e da pirâmide na piscina (meninos embaixo, meninas no segundo andar e o Rafael da Mara no topo!). Minha infância teve muita coisa: pega-pega de patins, corrida de bicicleta, papai Noel no Natal...

Minha família é daquele tipo que qualquer coisa enseja uma festa, um churrasco... Foram momentos inesquecíveis os inúmeros Natais, aniversários, reveillons que passamos juntos na minha infância. O exemplo de união e respeito que vocês me prestaram servirá de paradigma para a família que quero construir um dia.

Mas o tempo passa rápido demais e, quase sem querer, já estava gostando de um rapazinho que jogou o bombom que eu dei a ele na piscina. Vocês não podem imaginar o quanto sofri!!! Depois dele, muitos outros partiram meu coração e continuam partindo. Com o tempo, os interesses mudaram, e fizemos muitas,mas muitas farras... Ah, se os 3 amores falasse!!! Foram muitos fortais, muitos carnavais no Morro Branco e, mais recentemente, em Olinda; foram muitos amanheceres juntos, muitos porres, muitas gargalhadas, muitos paquerinhas... Minha adolescência passou correndo! Lembro-me da turma do CLF, da 8ª A, da galera que, com 14 anos, organizou uma super festa de conclusão... Lembro-me da Tia Elaide e do véi Vicente chamando os meninos de MACACO, da época de Grêmio Antônio Sales, das inúmeras festas da rainha...São muitas recordações naquele Lourenço Filho.

Lembro-me que, no 3º ano, tudo mudou. Fui pra turma especial. 3º ano, tinha que estudar!!! Que nada! A gente se auto-intitulou GV (galera dos vagabas), nunca assistíamos às duas últimas aulas, sempre saíamos juntos pra beber. E se Pacajus ou o Icaraí falassem, estaríamos lascados. Formei uma turma de amigos que, sem dúvida, serão pra sempre... Já não era sem tempo da gente se reunir.

E o tempo, sempre ele, voltou a correr. De repente, estava na faculdade. Novas pessoas, outras conversas, gente muito diferente de mim, gente tão parecida... A faculdade me proporcionou contatos com pessoas de todo tipo, cresci com esta experiência. Cresci como pessoa. Estou fazendo amigos, mudando minha vida, ampliando horizontes, me desapaixonei, aprendi a levar a vida mais leve, a curtir os momentos, estou amando demais tudo isso. Na faculdade, conheci pessoas incrivelmente especiais, e que, mesmo que a gente se separe, sei que, de alguma forma elas estarão em mim, porque as suas marcas permanecerão latentes.

Hoje reúno ao meu redor pessoas que estiveram presentes em alguns destes momentos e pessoas que nunca deixaram de estar ao meu lado para celebrar minha vida, para celebrar junto comigo a história de tantos momentos, as recordações boas e ruins, a união de fatos e atos que imprimem em cada um de vocês um pouco de mim e vice-versa. Sei que, de algum modo, cada qual tem alguma relação comigo e, por isso, chamei tantas pessoas, porque queria rever, através do rosto de vocês, as recordações daquilo que já vivi, de momentos que foram inestimáveis para mim.

Agradeço a presença de todos, porque essa consideração é o que realmente importa. Saibam que cada um significa muito para mim, mas queria agradecer a algumas pessoas especiais.

Mãe, a senhora é tuuuuudo mesmo, todo tempo, a qualquer hora e sempre. Pai, obrigada por tudo e, especialmente, pela festa, foi maravilhoso ver o Senhor dar o gás, suar a camisa pra fazer isso acontecer. Manu, você é uma irmã 100%. Nos momentos em que mais precisei você me ajudou a desatar os nós. Cresci achando você uma piveta e nunca pensei que nos tornaríamos tão amigas, tão cúmplices. Tiago, só pegando no tranco, mas, mesmo assim, obrigada pela ajuda, sem vocês lá de casa, nada teria acontecido.

À galera do prédio, isso inclui Lidiane e Gabriela: vocês são mesmo amigos da vida inteira. O tempo passa, o tempo voa e estamos ainda juntos, ainda amigos, como sempre. Na hora do sufoco, na hora da alegria, quase como um casamento é só correr pra porta ao lado ou usar o interfone.

Ao pessoal do CLF: Poxa, com vocês, vivi momentos maravilhosos, sei que tenho o carinho e amizade de todos e me considero ainda a alma dessa turma. Apesar da falta de tempo, de não convivermos mais diariamente, tenho vocês como os melhores amigos que poderia ter tido na escola. Não desapareçam da minha vida, viu? Amo vocês todos demais!!!

Aos meus amigos da Faculdade: Tem sido muito bom estar com vocês, fazendo a história daquela faculdade centenária se revestir de um pouco da gente. Vocês são pessoas realmente especiais e estou certa de que estaremos juntos, transformando o Poder Judiciário deste país numa instituição cujo escopo seja realmente a promoção da Justiça, através de atitudes morais e éticas. Ju e Bruno, vocês são realmente as melhores descobertas da faculdade, amigos mesmo, pra sempre.

Aos demais, que não se enquadram nestes grupos, saibam que sua presença em minha vida torna esta mais feliz e iluminada. Por fim, queria lembrar duas pessoas que passaram pelo mundo e que, de alguma forma, deixaram suas raízes também em mim. Tia Zuleide e Lívia, onde quer que vocês estejam, saibam que seus exemplos continuam sendo referência para mim e, por isso, não há que se falar em fim.