aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

24.1.06

Momentos

Às vezes, eu fico pensando se dá pra medir, se dá pra caber em mim...
Às vezes, eu me pego lembrando desses detalhes, da curva da sombrancelha, do músculo do braço, da boca entreaberta prevendo o beijo molhado...
Às vezes, eu fecho os olhos e é como se ainda estivesses em mim e espamos, arrepios, suspiros...
Às vezes, sinto alguém passar com esse "perfume inebriante, perdura um instante a rua inteira a levitar..."
Às vezes me dá vontade de repetir em silêncio as frases, transpirar os sentimentos que explodem em mim, pôr pra fora isso tudo que teima em vibrar...
Às vezes, eu só quero estar assim, aí, encaixada nesse ombro, sentindo o cheiro da curva do pescoço e sonhando com a eternidade que se abre pra nós.