aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

26.6.05

Sobre ELA

Se eu tivesse mais alguns amigos como ela, ou melhor, se todas as pessoas tivessem um único amigo como ela é pra mim, acreditem: o mundo seria um lugar muuuuuiiiiito mais feliz.
Ela nem sabe o quanto é importante e, quando a conheci, tímida, num macacãozinho bege, lamentando o fim de um namoro que resumiu toda a sua vida até então, num churrasco da turma da faculdade, não, naquele dia, eu não poderia nem imaginar que aquela menina se transformaria numa peça tão importante no jogo de xadrez que é minha vida!
Foi rotina, foi convivência, simpatia... Foi espanto, por sermos completamente diferentes, e curiosidade... Foi engraçado: ela, caseira; eu, farrista. Ela, calada; eu, tagarela. Ela, morta de tímida; eu, relações públicas. Aparentemente, não tínhamos nada a ver. APARENTEMENTE!
Poucas pessoas apostaram nisso. Mas no momento que me cortaram as asas, puxaram o tapete, podaram-me os sonhos, arrancaram-me os planos, ela estava lá, secando as dores, curando feridas, ouvindo lamúrias e me ajudando, como poucos fizeram.
Há quase 10 meses, ela resolveu correr atrás de seus desejos. Há 10 meses ela atravessou o Atlântico. Há dez meses deixei minha melhor amiga no aeroporto. E, neses dez meses, mesmo distante fisicamente, ela não se distanciou um milímetro de mim. Acompanha tudo que acontece na minha vida, todos os paqueras, todos os porres, todos os dias... Não há um final de semana sequer que a gente não se fale. Não há uma novidade que ela não saiba, não há um momento em que não pense nela... E antes que comecem a falar,eu tenho uma nega, sim, o problema é que a gente gosta demais de homens!
Gratidão é uma das poucas coisas que sei ter. E embora apregoe que não se deve agradecer carinho, eu agradeço por ter uma amiga tão especial. Obrigada pelo colo, pelos ouvidos, pelas caronas, pelos telefonemas só pra dizer oi de quase todos os domingos. Obrigada por levantar minha bandeira para ELE, por me defender até quando estive errada, por ser fiel escudeira e super-poderosa. Obrigada por me acompanhar e aconselhar a ter juízo, por cuidar de mim nos porres em Olinda, por estar presente em minha vida, por ser quem é e ser tão minha amiga assim!
E, mesmo longe, mesmo quando não sabe exatamente o que está acontecendo, mesmo quieta no seu canto, mesmo sem fazer ou dizer absolutamente nada, saiba que continua me ajudando, continua me impulsionando, continua ao meu lado, porque a certeza de que está lá, dá forças para seguir aqui.

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Não preciso dizer quem é essa amiga aí de cima. Tenho certeza que quando ela ler, saberá que é dela que falo (Se ela conseguir chegar até aqui!). Cuide bem deles por aí, viu? E beba por nós duas com eles dois!

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Ahhhh, ele deu notícias!!! Mandou um scrap dizendo que, quem sabe, um dia, talvez, a gente marque alguma coisa, DEPOIS.

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Percebi que estava falando demais de desilusões amorosas, melhor virar o disco e cantar o que há de bom nessa vida! Beijos e que a semana comece arrebentando para todos!

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Tava meio triste e ele me mandou isso aqui. Ganhei o dia!

ela morena

de dia, diz ela, que tem o cabelo vermelho

mas, à noite, escuro

escuro como o sentimento que eu tenho por ela

um sentimento forte

que nem eu consigo expressar, nem provar

adoro, gosto...

acho q amo..

não escondo mais isso, mas admito que não consigo provar.

Um sorriso, uma palavra, um gesto dela já me faz ganhar o dia... a semana...

Ela não sabe quanto me faz falta, quanto me deixa louco!!

Ainda, ao vivo, faço ela sentir e viver tudo que sinto!!!

Ela... essa morena, meio avermelhada, não sabe que o meu coração é dela

Hoje, quero ela aqui..

mais intenso q ontem e menos que amanhã!!!

Ela...

essa mulher... menina... sei lá...

mas essa que eu ainda não descobri tudo...

me faz viajar, me faz sonhar, me faz pensar...

ela...hoje, ela é a única que pode ser minha

por hoje... e para sempre!!!

P.

22.6.05

Vai entender...

Conheceram-se há um tempo. A empatia era recíproca. Eram amigos. Encontravam-se de vez em quando nas baladas, nas calouradas, nas formaturas, afinal cursavam a mesma faculdade.

Uma noite qualquer, encontraram-se numa calourada qualquer. Ela passeava pela multidão, quando o viu. Sorriram. Aproximou-se. Beijinhos. Travaram uma conversa amena. Foram para um lugar mais calmo por causa da barulheira. Beijaram-se sem nem entender direito como aquilo tudo estava acontecendo.

- Paquerei contigo desde a primeira vez que te vi – ele disse.
- Foi mesmo?
- Mas você me parecia inatingível. Sempre nas festas, sempre tão cercada de gente, tão popular...
(Mal sabe ele da solidão que me aflige – ela pensou, mas não disse)

Foi uma noite incrível. Conversaram sobre planos (ele, juiz; ela, procuradora da república); sobre livros (ele, Dan Brown; ela, Isabel Allende); sobre música (Chico Buarque sempre!). Gostos muito parecidos. Cantaram e se encantaram. Divertiram-se. Foram embora separados, mas sorridentes.

....

Dia seguinte: mensagem no celular. Convite para sair. Ela recusa, está doente.

Muitos dias depois: Aniversário dele. Ela liga para dar os parabéns, sem segundas intenções. Fica sabendo que ele está de viagem marcada para o sul do país. Motivo: Concurso.

...

Quase um mês depois da tal festa em que se encontraram, uma sexta-feira qualquer, ele liga querendo saber o que ela fará à noite.

- EU vou à Festa da Fulana.
- Mas vai ser legal?
- Não sei... O que VOCÊ vai fazer?
- Queria sair com você, não vou mentir!

(Ela pensa: Noooosssa! Ganhou muitos pontos!)
- Então vamos pra festa da Fulana. Se lá não estiver legal, A GENTE vai a outro lugar – ela respondeu.
- Mais tarde te ligo.

E foram à festa da fulana e depois a um barzinho maneiro. Beberam, conversaram hoooooras. Terminaram à noite à beira mar. Molharam os pés na praia e se beijaram muitas outras vezes mais, à luz da lua. A companhia aquela noite não fora suficiente para matar a vontade um do outro e marcaram de passar o fim de semana juntos.

Sábado, vão juntos a uma casa de praia de amigos dele. Dia nublado regado a álcool, piscina e violão. Inesquecível. Ele a ensinou a ser boêmia, ela queria estar perto dele. No domingo, ressaca e moleza. O momento sóbrio parecia distanciá-los, mas ela não entendeu os motivos e também não quis perguntar. Ele a deixa em casa no começinho da noite de domingo.

Nunca mais teve notícias. E ela ainda espera.
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Sopra leve o vento leste e encrespa o mar
E eu ainda te espero chegar
Vem a noite, cai seu manto escuro devagar
E eu ainda te espero chegar
Não telefone, não mande carta
Não mande alguém me avisar
Não vá pra longe, não me desaponte
O amor não sabe esperar
Ficar só é a própria escravidão
Ver você é ver na escuridão
E quando o sol sair
Pode te trazer pra mim
Abro a porta, enfeito a casa, deixo a luz entrar
E eu ainda te espero chegar
Escrevo versos, rosas e incenso pra perfumar
E eu ainda te espero chegar
(O amor não sabe esperar - Paralamas)

20.6.05

Ciclos

“Life has a funny way of sneaking up on you
when you think everything’s ok, everything’s just fine
life has a funny way of helpin you out
when you think everything goes wrong and everything just blows up in your face
life has a funny way of sneaking up on you
life has a funny, funny way of helping you out...”

(Ironic - Alanis)

Bateu o olho. Sentiu o corpo inteiro pulsar. O coração a palpitar. Entregou-se às vontades. Deixou se levar. Não quis mais se poupar. Tratou como príncipe. Beijou muito. Falou de amor. Fez muito amor. Conquistou amigos. Distanciou-se dos seus. Mudou de gosto musical. Aprendeu a cozinhar o doce preferido. Abriu conta conjunta. Falou em casamento. Escolheu nome dos filhos. Planejou a vida a dois. Sonhou com as cores da casa. Viajaram juntos. Foi a história mais profunda que aconteceu na vida dela.

Não cabiam terceiros entre eles. Mas ele não pensava assim. Ela chorou. Deprimiu. Emagreceu de sofrer. Prometeu trancar o coração. Hibernou. Deixou de sair e de sorrir. Não falou mais o nome dele. Deixou de andar nos lugares em que ele andava. Expurgou-o da sua vida e do seu coração. Fechou o corpo. Matou a alma. Esqueceu ideais românticos. Foi a época mais depressiva da vida dela.

Quando voltou a viver, conquistou novos e voltou aos velhos amigos. Mudou de gosto musical mais uma vez. Planejou a vida sozinha. Perseguiu seus próprios sonhos. Estudou mais. Voltou a sair. Beijou muito. Aprendeu sexo casual. Viajou muito. Conheceu lugares e pessoas diferentes. Foi a melhor época da vida dela.

Dia desses, distraída, bateu o olho. Sentiu o corpo inteiro pulsar...

(inspirado no texto dela: http://www.chez-mariella.blogspot.com/ [o dela é cem mil vezes melhor.])
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Como a Candice (http://caminhoparaadistancia.blogspot.com/) pediu, eis meu disparate musical:

a) Quantos gigabytes usados com música: No Idea... Sou praticamente uma música.
b) último CD que comprei: Como ela mesma disse, alguém ainda compra CD? O último que eu baixei e gravei foi o da Alicia Keys – the diary.
c) Música tocando no momento: If I was your woman – Alicia Keys
d) Cinco Músicas que tenho escutado bastante: 1) Inverno – Adriana Calcanhoto; 2) If I was your woman – Alicia Keys; 3) Ironic – Alanis; 4) She will be loved – Maroon 5; 5) Rien de rien – Cassia Eller.
e) Não vou passar a batata pra ninguém
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Pense num fim de semana arrumado: música boa, piscininha, bebidinha... Ô vidinha difícil! Foda é acordar na segunda! Beijos, galera.

13.6.05

Insensibilidade

Em que lugar do mundo eu larguei minha alma? Em que lugar eu arranquei-a de mim e me transformei neste ser vazio, desbotado, amassado???? Quando, em que momento exato, eu a expurguei e tranquei o coração? Quando foi que eu me transformei neste ser insensível?

Queria voltar a ter os olhos adocicados e esperançosos, brilhantes e crentes de que o amor ainda é capaz de mudar tudo... Queria as borboletas, a revoada, a alegria, o tom, a cor... Queria o amor. Mas ele não vem, ele não veio, talvez, não venha nunca mais.

Não!!! Não quero sentimentos piedosos, não quero olhos lacrimejantes... Quero apenas compreender porque fui condenada a esta solidão insone, que me observa e me acompanha, gruda em mim e não permite que ninguém mais se aproxime. Porque, no lugar de um coração fiel, transbordante, aberto, receptivo; há hoje um coração de pedra, duro, fechado, frio, que não bate mais, que não salta mais, que não me engasga mais a garganta????

Em que presídio de segurança máxima foi apreendida a minha capacidade de amar, condenada a prisão perpétua?

Insensibilidade

Pede clemência
Quer da paixão, a demência
Do amor, a consciência
De sua completa insuficiência

Ajoelha e se desespera
Quer de novo a primavera
Quer o amor de novela
Quer, ávida, a aquarela

Clama pela revoada
Pela alma fisgada
Por, no coração, a flechada
Pela vida desviada

Suplica pela sensação
Por, nos seus olhos, clarão
No seu corpo, a tentação
No seu sexo, tesão
Mas a alma extenuada
É deserta, está morta, é penada
Coração é coisa trancada
Que já não sente nada

E em seu desconsolo
O corpo não segura o choro
E perde todo o decoro
Só para sentir de novo

Mas não sente.

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Please, comentem e deixem o endereço de vocês porque ficaram todos no comp do pelô antigo! Beijos aos que ainda vêm aqui!


10.6.05

Pessoas, mil desculpas pela ausência por tantos dias. Aos que me sentiram minha falta, né? Mudei de emprego e mudei muita coisa em minha vida. Saudades de tudo isso aqui, da visitas frequentes aos blogs de vocês. Agora, preciso que façam um enoooooorme favor: por favor, comentem deixando o endereço de vocês, para que possa readicioná-los aos meus favoritos que ficou no computador do antigo pelô! Please!

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Desde o momento em que os olhos se encontram, a gente sabe. Não é preciso que palavras sejam trocadas, antes da fala, antes do beijo, antes do toque, o coração de imediato pressente. Às vezes, nem se está pensando nisso, era tarde de quarta-feira e passeávamos despreocupados; ou os interesses eram outros, mas o bendito coração é teimoso. Às vezes, é assim mesmo, cai na nossa vida de repente. Mas no momento da revoada das borboletas, das mãos suando, do coração batendo sem controle, a gente sabe que está amando.

E, então, não dá mais para disfarçar, é tudo totalmente inevitável. É tão evidente e, ao mesmo tempo, o mundo ao redor muda imperceptivelmente. De repente, as ruas são mais floridas, as cores mais vivas, os problemas perdem sua grandeza e tudo se amplia quando da presença da pessoa-razão.

Sim, é a pessoa-razão que transforma tudo. É a pessoa-razão do colorido dos dias, da doce sinfonia em nossos ouvidos, do sorriso contemplativo, da memória mnemônica... É a pessoa-razão da explosão de sentimentos, dos sonhos de um futuro juntos, de vontades sem controle e do desejo de estar junto. É a pessoa-razão da mudança na vida, no esforço para ser mais bonita, do retorno à academia, da alimentação bem mais sadia.

E depois que a pessoa-razão aparece, todos os possíveis pretendentes desaparecem. E, por mais que pareçam clichê estes sentimentos todos tão banais, quando acontecem com a gente, o mesmo amor é totalmente diferente dos demais. Tem-se a constatação de que o amor não sabe contar, pois 1+1=1 (passamos a vida inteira em busca da nossa outra metade).

E a vontade de encontrar de novo se transforma em vontade de estar junto sempre, que se transforma em vontade de construir uma vida junto, que se transforma em vontade de expandir esse amor através de filhos. Há quem chame tudo isso de instinto de preservação, de carência, de necessidade, de mais mil outras denominações. Eu prefiro chamar de amor e acreditar que ele existe.

E que nesse dia 12, cada um olhe ao lado e perceba o quão bom é encontrar alguém assim, alguém que divide a vida e os problemas, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, numa festa irada ou no aconchego da cama e dvd, com dinheiro ou sem dinheiro, de dia ou de madrugada, na praia ou na serra, todo dia ou só no fim de semana, na mesma cidade ou à distância...

Porque melhor que beijar muitas bocas é beijar uma só e sentir as pernas amolecerem. Melhor que ser paquerada por mil garotos é se sentir conquistada a cada dia por um homem que faz absolutamente tudo por você. Melhor que sair todos os dias, é ter uma noite à luz de velas e no fim de tudo, ter alguém com quem sonhar.

Love is in the air!



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Para alguém que saiu da minha vida. Sim, ele foi!

"No dia em que fui mais feliz,
vi um avião se espelhar no seu olhar
até sumir...
De lá pra cá, não sei...
Caminho ao longo do canal
Faço longas cartas pra ninguém
E o inverno no Leblon é quase glacial
Há algo que jamais se esclareceu:
onde foi exatamente que larguei
naquele dia mesmo o leão
em que sempre cavalguei?
Lá mesmo esqueci que o destino
sempre me quis só,
num deserto sem saudades, sem remorso, só
sem amarras, barco embreagado no mar...
Não sei o que em mim só quer lembrar
que um dia o céu reuniu-se à terra
num instante por nós dois
pouco antes do acidente se assombrar.

No dia em que fui mais feliz..."

(Inverno - Adriana Calcanhoto)

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Prometo que não ficarei mais tanto tempo sem postar!
Aproveitem o fim de semana pra beijar mooooooiiiiiiiito!