Vai entender...
Conheceram-se há um tempo. A empatia era recíproca. Eram amigos. Encontravam-se de vez em quando nas baladas, nas calouradas, nas formaturas, afinal cursavam a mesma faculdade.
Uma noite qualquer, encontraram-se numa calourada qualquer. Ela passeava pela multidão, quando o viu. Sorriram. Aproximou-se. Beijinhos. Travaram uma conversa amena. Foram para um lugar mais calmo por causa da barulheira. Beijaram-se sem nem entender direito como aquilo tudo estava acontecendo.
- Paquerei contigo desde a primeira vez que te vi – ele disse.
- Foi mesmo?
- Mas você me parecia inatingível. Sempre nas festas, sempre tão cercada de gente, tão popular...
(Mal sabe ele da solidão que me aflige – ela pensou, mas não disse)
Foi uma noite incrível. Conversaram sobre planos (ele, juiz; ela, procuradora da república); sobre livros (ele, Dan Brown; ela, Isabel Allende); sobre música (Chico Buarque sempre!). Gostos muito parecidos. Cantaram e se encantaram. Divertiram-se. Foram embora separados, mas sorridentes.
....
Dia seguinte: mensagem no celular. Convite para sair. Ela recusa, está doente.
Muitos dias depois: Aniversário dele. Ela liga para dar os parabéns, sem segundas intenções. Fica sabendo que ele está de viagem marcada para o sul do país. Motivo: Concurso.
...
Quase um mês depois da tal festa em que se encontraram, uma sexta-feira qualquer, ele liga querendo saber o que ela fará à noite.
- EU vou à Festa da Fulana.
- Mas vai ser legal?
- Não sei... O que VOCÊ vai fazer?
- Queria sair com você, não vou mentir!
(Ela pensa: Noooosssa! Ganhou muitos pontos!)
- Então vamos pra festa da Fulana. Se lá não estiver legal, A GENTE vai a outro lugar – ela respondeu.
- Mais tarde te ligo.
E foram à festa da fulana e depois a um barzinho maneiro. Beberam, conversaram hoooooras. Terminaram à noite à beira mar. Molharam os pés na praia e se beijaram muitas outras vezes mais, à luz da lua. A companhia aquela noite não fora suficiente para matar a vontade um do outro e marcaram de passar o fim de semana juntos.
Sábado, vão juntos a uma casa de praia de amigos dele. Dia nublado regado a álcool, piscina e violão. Inesquecível. Ele a ensinou a ser boêmia, ela queria estar perto dele. No domingo, ressaca e moleza. O momento sóbrio parecia distanciá-los, mas ela não entendeu os motivos e também não quis perguntar. Ele a deixa em casa no começinho da noite de domingo.
Nunca mais teve notícias. E ela ainda espera.
Uma noite qualquer, encontraram-se numa calourada qualquer. Ela passeava pela multidão, quando o viu. Sorriram. Aproximou-se. Beijinhos. Travaram uma conversa amena. Foram para um lugar mais calmo por causa da barulheira. Beijaram-se sem nem entender direito como aquilo tudo estava acontecendo.
- Paquerei contigo desde a primeira vez que te vi – ele disse.
- Foi mesmo?
- Mas você me parecia inatingível. Sempre nas festas, sempre tão cercada de gente, tão popular...
(Mal sabe ele da solidão que me aflige – ela pensou, mas não disse)
Foi uma noite incrível. Conversaram sobre planos (ele, juiz; ela, procuradora da república); sobre livros (ele, Dan Brown; ela, Isabel Allende); sobre música (Chico Buarque sempre!). Gostos muito parecidos. Cantaram e se encantaram. Divertiram-se. Foram embora separados, mas sorridentes.
....
Dia seguinte: mensagem no celular. Convite para sair. Ela recusa, está doente.
Muitos dias depois: Aniversário dele. Ela liga para dar os parabéns, sem segundas intenções. Fica sabendo que ele está de viagem marcada para o sul do país. Motivo: Concurso.
...
Quase um mês depois da tal festa em que se encontraram, uma sexta-feira qualquer, ele liga querendo saber o que ela fará à noite.
- EU vou à Festa da Fulana.
- Mas vai ser legal?
- Não sei... O que VOCÊ vai fazer?
- Queria sair com você, não vou mentir!
(Ela pensa: Noooosssa! Ganhou muitos pontos!)
- Então vamos pra festa da Fulana. Se lá não estiver legal, A GENTE vai a outro lugar – ela respondeu.
- Mais tarde te ligo.
E foram à festa da fulana e depois a um barzinho maneiro. Beberam, conversaram hoooooras. Terminaram à noite à beira mar. Molharam os pés na praia e se beijaram muitas outras vezes mais, à luz da lua. A companhia aquela noite não fora suficiente para matar a vontade um do outro e marcaram de passar o fim de semana juntos.
Sábado, vão juntos a uma casa de praia de amigos dele. Dia nublado regado a álcool, piscina e violão. Inesquecível. Ele a ensinou a ser boêmia, ela queria estar perto dele. No domingo, ressaca e moleza. O momento sóbrio parecia distanciá-los, mas ela não entendeu os motivos e também não quis perguntar. Ele a deixa em casa no começinho da noite de domingo.
Nunca mais teve notícias. E ela ainda espera.
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Sopra leve o vento leste e encrespa o mar
E eu ainda te espero chegar
Vem a noite, cai seu manto escuro devagar
E eu ainda te espero chegar
Não telefone, não mande carta
Não mande alguém me avisar
Não vá pra longe, não me desaponte
O amor não sabe esperar
Ficar só é a própria escravidão
Ver você é ver na escuridão
E quando o sol sair
Pode te trazer pra mim
Abro a porta, enfeito a casa, deixo a luz entrar
E eu ainda te espero chegar
Escrevo versos, rosas e incenso pra perfumar
E eu ainda te espero chegar
(O amor não sabe esperar - Paralamas)
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