aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

22.5.05

Meu Aniversário

Não é fácil para mim ser forte e não chorar... Sempre passo por um momento de reflexão nas datas importantes. No dia do meu aniversário, relembro os livros que li e adorei, as viagens que fiz e não esqueci, os amigos (tantos...) perdidos mundo afora... Reflito se as pessoas que eu amo me amam na mesma intensidade; se as pessoas que quero, me querem da mesma forma; se as pessoas que considero, ao menos olham pra mim com carinho...

Não posso escapar disso. Fica tudo rodando aqui... Uma vida inteira de feitos e desfeitos, enlaces e desenlaces, de sorrisos e lágrimas e tantas companhias diferentes... Gostaria de me agarrar a cada uma das pessoas que considero importante, atá-las a mim, para que ficassem a vida inteira comigo...

Quando eu precisasse de um ombro, o melhor ombro amigo do mundo estaria lá. Quando eu precisasse badalar, o melhor amigo farrista estaria lá. Quando eu precisasse de juízo, as melhores lições de moral da história estariam lá. Se eu quisesse rir até doer a barriga; ou assistir a uma comédia romântica; ou Sex and the City e pipoca; ou estudar até virar a noite; ou de pessoa só pra fazer companhia; ou companhia para a consulta médica; ou um médico para conforto e segunda opinião; ou opinião sobre a escolha entre duas propostas de emprego; ou de alguém que quebre o galho no trabalho; ou de um amigo para dividir as tarefas; companhia para um porre na madrugada; ou conversa ao telefone até de madrugada; ou noite às claras jogando truco; ou jogo da verdade... Tudo que eu queria e precisaria na vida estaria lá, ao alcance.

Certo, certo... Sei que hoje é meu aniversário, mas de parabéns mesmo estão meus grandes e inúmeros amigos. Todos eles. Seja lá de onde a gente se conheça. Não importa. Amo-os todos, de um jeito ou de outro. Saudade de uns, impaciência com outros... Admiração por uns, preocupação com outros... Orgulho de uns, decepção com outros... Enfim, obrigada, todos vocês, por existirem!



CALADA (em 22/05/2005)


Faladas, as palavras secam
Perdem um pouco do sentido
Saem e se perdem
Vagam no infinito

Faladas, as palavras esvaziam
Não são mais as mesmas
Não mais significam
O sentimento, a fortaleza

O calor que as extravasou
Não se propaga no ar
A palavra que soou
Sempre teima em esfriar

E não se propagando
Resta apenas o som
Do corpo queimando
Do gesto, do tom

Uma vez ditos
Nunca expressarão
O tumulto sem sentido
Que vibra no coração

A tal sonoridade
Jamais expressará
A verdadeira infinidade
Que dentro de mim há

Para grandes sentimentos
É, sim, melhor calar
Impossível expressar o momento
Impossível relatar

Hoje, prefiro assim
Calar-me, ficar muda
Saibam: o que há em mim
É de infinidade absurda