aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

9.5.05

Agora, do amor

Não posso negar que fui forçada a escrever sobre o que amo, após o post malcriado da série “eu odeio...”. Mamãe detestou! Alguns amigos disseram que eu estava ranzinza. Mas, considerando que ontem foi dia das Mães e a minha é um pessoa muuuiiiiito importante na minha vida; considerando que passarei próximo fim de semana na Bahia e considerando que não tô podendo me queixar da vida; passemos à série “eu amo...”.

Eu amo a minha mãe, mesmo quando ela enche o saco, perguntando coisas sem sentido e querendo saber tudo da minha vida quando eu simplesmente não estou afim de falar; e também quando ela fica hoooooras na frente do computador e não presta atenção quando eu tô falando da minha vida e afim de conversar. Amo principalmente quando eu abro a porta de casa tendo certeza de que ela está lá e que eu posso fazer charminho que ela fará tudo que eu quiser. Pronto!

Eu amo beijar na boca, à beira-mar, naquela cena típica de cinema, em que a brisa assanha os cabelos, o beijo amolece as pernas e os dois se entregam num abraço fluido. Eu amo quando o carinha me olha nos olhos e acaricia as minhas costas. Eu amo que peguem no meu cabelo, eu amo cafuné, e amo encostar a cabeça no ombro. Amo sentir cheiro de perfume masculino.... Amo dormir abraçadinho depois de fazer amor e acordar com um monte de beijinhos.

Amo meus amigos. Pode parecer clichê, mas são mesmo os irmãos que escolhi. Adoro rir de nossas lembranças toscas e passar momentos e situações impublicáveis com eles. Amo nossas inúmeras bebemorações! Amo demais a reciprocidade na consideração, a atenção incondicional, a presença constante que distância alguma consegue destruir. Amo vê-los crescer. Amo as nossas histórias pra contar, nossas piadinhas internas, nossos gostos convergentes, nossos sonhos confluentes, nossos desejos de eternidade...

Amo lembrar a minha infância. Eram barbies, bicicletas, patins, banhos de piscina, churrascos na casa da vovó, filminhos no domingo à tarde, papai acordando a gente com o violão, papai Noel e coelhinho da páscoa... Esconde-esconde, pega-pega, bandeira, bulldog, e as variações criadas pela minha turminha: pega-pega de patins, João ajuda de mão dada; João ajuda americano (kkkkkkkkk!).

Amo dia de chuva, principalmente se for domingo e eu não tiver nada pra fazer e puder passar o dia todo no limiar entre dormir e acordar, bolando na cama. Amo dias de sol, principalmente se for domingo e eu estiver num churrascão com uma turma enorme de amigos, com direito à cervejinha suada e muita carne.

Eu amo cantar quando eu estou dirigindo, dançar em frente ao espelho, comer sanduíche com molho especial, o salgado de queijo da cantina da faculdade, a lasanha da mamãe, a chatice matinal da Manu, ligações inesperadas, mensagens surpreendentes, aliás, eu adoro me surpreeender com as pessoas... Adoro a sensação gerúndica de estar me apaixonando, quando se percebe claramente sinais de que aquela pessoa está se tornando importante para você, aquele coisinha que só ele faz deixa você meio tonta, mexe com seus brios, modifica sua pulsação.

Amo acordar tarde, dormir mais um poquinho, ler livros nas tardes livres, a poesia de Manuel Bandeira e de Pedro Lyra, a escrita despretensiosa e intrigante de Isabel Allende, a profundidade de Clarice Lispector e o senso de humor inconfundível de Veríssimo, gosto do pai deste também. Amo escolher uma musica para cada momento da minha vida e para cada alguém que aparece no meu caminho. Amo telefone celular. Amo a solidariedade das pessoas, mas amo mais ainda aqueles que sabem criar a independência naqueles com quem se solidarizam.

Amo o Direito com todas as minhas forças e, de alguma forma, ainda tenho esperança de que ele seja um mecanismo imprescindível para a construção da sociedade em que sonho que meus filhos vivam. Acredito na Justiça terrena. Na divina, não. Sei que de alguma forma depende de mim mudar tudo isso. Amo meu país, mesmo cheio de problemas, da fome e da miséria. Amo a alegria desse povo, o modo de enfrentar as adversidades da vida sem perder o gingado, de levantar a cabeça e passar por cima da dor e do sofrimento e engolir em seco e seguir vivendo, mesmo quando tudo parece perdido.

Amo meu aniversário, reunir em torno de mim pessoas com as quais me identifico, de quem gosto, com quem dividi tantas histórias e que sabem muito da minha vida e de mim. Portanto, dia 22 de maio, todo mundo na Geppos da Beira Mar, porque meu aniversário é de suma importância para a minha felicidade plena. Conto com todos! Confirmem as presenças porque estão todos convidados, todos os meus amigos de todos os tempos: os de perto e os de longe, os da escola e os da faculdade e do curso de francês, os vizinhos, os do prédio, os da vida, das farras, os da net e os do escritório, os reais e os virtuais... Todo mundo tem que estar lá!

PS: Lógico quem tem muitas outras coisas pelas quais caio de amores, não dava para colocar tudo aqui, né?