aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

25.4.05

Uninspired

Desculpem-me, meus amigos, mas me falta inspiração.
Falta-me a inspiração oriunda de dias ensolarados, com cheiros de café fresco e pão quentinho.
Falta-me a inspiração de manhãs chuvosas, de moleza na rede, aquecida por cobertor humano. Falta-me também a inspiração da lua, há séculos que não levanto a face para me embriagar com sua luz (que nem é sua!)
Falta-me a inspiração dos ébrios, porque a bebida não tem sido mais uma fiel companheira.
Falta-me a inspiração dos poetas, movidos por todos os sentimentos humanos.
Falta-me a inspiração de Pollyanna, baseada num tal jogo do contente que nunca consegui jogar, por mais que tentasse.
Falta-me a inspiração dos despudorados, que utilizam as palavras para transbordar suas fantasias.
Falta-me a inspiração dos missionários e revolucionários, que passam pela Terra com o objetivo de mudar o mundo.
Falta-me a inspiração dos gênios e as grandes invenções e criações que lhes são peculiares.
Falta-me a inspiração dos grandes líderes e sua capacidade de persuasão incomum.
Falta-me a inspiração da ingenuidade infantil, não tenho mais contato com crianças.
Falta-me a inspiração do sonho possível, minha vida tem sido norteada por utopias.
Falta-me a inspiração da expectativa por boas novas, ando mesmo desacreditando de tudo.
Falta-me a inspiração da dor, não tenho sofrido nos últimos tmpos.
Falta-me a inspiração da revoada de borboletas, da taquicardia, da sudorese nas mãos...
Falta-me mesmo o brilho, a luz, a cor...
Falta-me um amor.

Desculpe, caros amigos, pouparei todos vocês de textos insossos. Não aguentaria um outro poema palatável. Faltou-me a inspiração! Eis o motivo da minha ausência.