aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

18.3.05

A felicidade perdida

Ao escrever o post anterior, não sabia que ele causaria tanto furdunço. Pois bem. Alguém (http://cafedoblog.blogger.com.br/) ficou encafifado e replicou. Eis a visão do Rodrigo, eis o que ele pensou naquela fatídica festa de casamento. Espero que gostem e saibam que a história continua. Em breve, cenas do próximo capítulo! Deliciem-se... Obrigada, Fernando!!!

"Naquela noite, preparei minhas malas que fariam parte da minha futura viagem à Paris,a qual aconteceria na manhã seguinte. A despedida com Arthur não poderia ser em outro momento e o convite ao casamento foi o seu presente àquela que foi e ainda é a amizade mais duradoura que possuo. Arthur era mais que um colega da faculdade era praticamente meu irmão mais velho.
Fitei Ravenna pelo maior tempo que me foi possível e quando sentia que o caminho estava livre, de relance olhava para a mesa à minha frente e depois de um certo momento senti que não poderia mais disfarçar. Ravenna estava comigo há um ano e dois meses e nesse período puder ver que sua beleza fazia muito bem aos olhos dos outros e não muito aos das outras... Tinha uma influência sem igual e isso fazia dela uma pessoa querida por todos e sua simpatia a tornava mais bela ainda. Cursava exemplarmente a faculdade de medicina e isso fazia com que eu tivesse maior afinidade de modo que estávamos de vôo marcado naquela que seria uma viagem de passeio e também de estudos.
Exitei por um instante ao convite de Arthur e Bianca, pois sabia concretamente quem seria sua madrinha, porém, não teria uma outra oportunidade de vê-los. Sendo assim, prendi a respiração, fiz de conta que nada estava acontecendo e segui para a entrada do salão.
Ao avistá-la, desviei rapidamente os olhos para que não fosse notado. Consegui, ainda que discretamente, manter minha postura perante a reação interna que meu coração provocara ao olhar o brinco, presente de um mês de namoro com Anita. Dava para sentir que quando adentrei ao centro, os olhos seguiram em minha direção e ao passo que a cerimônia acontecia, minha pele arrepiava sentindo saudades do tempo que havíamos passado juntos e que por um motivo banal tinha se tomado outro rumo. Minha fisionomia parecia de um ser apaixonado e, no entanto, minha razão pensava a todo o momento somente numa reação para aquela noite: Resgatar todo aquele sentimento que uniu Eu e Anita durante três inesquecíveis anos.
Quando Bianca foi jogar o buquê, fechei os olhos e fiz um pedido...(quem olhava para mim deveria imaginar piamente que era em Ravenna que eu pensava... mas não!). E, quando aos gritos abri os olhos, corri numa alucinação e abracei a sorteada levando-a ao palco e cantando a música que era a NOSSA MÚSICA: “Someday, when I’m awfully low and the world is cold, I will feel a glow just thinking of you and the way you look tonight...”.
Por um instante notei que não fazia a coisa certa e foi aí que vi que Anita não estava em meus braços e que era Ravenna que eu dizia que amava... Abracei Arthur e balbuciei apenas duas palavras: “Perdão...Cara!” e minha reação seguinte ao ouvir o playback foi sair bruscamente pela porta e ir em busca da minha verdadeira felicidade, que acabara de sair com lágrimas nos olhos."