aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

3.3.05

Fragmentos


Ciúme I

Eu nunca te amei, idiota!
Odeio tua letra torta,
a maneira como acorda
e o não saber me amar.

Detesto tuas fantasias,
tua adolescência tardia,
tua imaturidade vadia
e o fato de não me notar.

Repugno teus ideais,
tuas ambições, teus sinais,
teus egoísmos letais
e o não me ver, mas olhar.

Rejeito teus sentimentos,
tua dor, teus tormentos,
tua paixão, teus momentos,
tua gana por me deixar.

Não aguento tua inconstância
Nem minha falta de importância
na vida resumida à ânsia
de um dia voltar pra lá.

Mas mais insuportável que tudo
é te ver dar a volta ao mundo
para estar com ela um segundo
e depois voltar pra cá.


Ciúme II

Cacos de vidro pela casa
O espelho estilhaçara
A cama desarrumada
Travesseiros pela sala
Fotos rasgadas
Cadeiras derrubadas
A porta escancarada

Não, eu não tenho juízo
nem sei viver sem teu riso.
É uma entrega sem freios,
sem limites ou receios...
Meu amor é imprevisível
mas também indivísivel.
Acaba logo essa novela
e volta correndo pra ela!

Deixa-me enlouquecer em paz!

Nunca expus assim meus poemas mais que despretensiosos. Como já diria um amigo, quem está aberta ao mundo, tem que se submeter a esses pequenos riscos. Os poemas são para alguém que não merece mais sentimento algum, mas que mesmo assim, existe algo em mim que não quer deixá-lo ir. Whatever! Comentem...