aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

31.1.05

Para falar de Amor

Basta

Não quero mais o eterno,
Bastam-me horas,
Não quero mais o sereno,
Farta-me o insano.
Não espero mais nada do certo,
Aposto no engano.

Barroca alma
Sem paz, sem calma
Não cabe mais no corpo
Explode pelos poros.

Hoje, prefiro soltar-me à deriva
A ver-me preso ao mesmo porto
Acredito mais na beleza da lenda
Que na dureza da fé.

Acredito em sonhos,
que movem, Invisíveis, os moinhos da vida
E criam histórias, fantasmas, heróis, amores
Sempre foi assim.

Não importa o que foi escrito pelo destino
O improviso são as flores,
Ele muda o caminho.

(Tonho França)

Tenho pensado muito que devo mudar este jeito de enxergar o amor. Acreditava que existiam histórias encantadas, daquelas que a gente vê em filmes e novelas, amores perfeitos e completamente correspondidos, amores da vida inteira, amores “para sempre”. Não sei se o longo período em que fiquei (e tenho estado) solteira acabou com as minhas crenças ou se o amadurecimento é que transforma tudo.

Hoje, não espero encontrar um amor eterno, mas um amor. Não espero mais que seja calmo, manso, tranqüilo; quero um avassalador, devastador, que arranque as árvores das profundezas da terra, que arranques as telhas das casas, que cause uma enxurrada em mim! E não espero mais que ele chegue através de um príncipe montado em um cavalo branco, mas que apareça, numa terça feira qualquer, em que eu esteja gripada e fanhosa, indo à farmácia, com lenços de papel na mão, o cabelo preso no coque e cheia de olheiras (como sempre!).

Minha alma solícita, espera que este amor apareça. De tanto vagar pelo mundo sozinha, expandiu-se, evoluiu, ampliou-se, amadureceu, amadureci. Vivemos coisas, acreditamos, sofremos, sorrimos, choramos, crescemos. Ela e eu, às vezes, não somos a mesma pessoa, e ela sai de mim, não me obedece, vaga pelos recônditos dos outros à procura de alguém que a entenda, a escute. Ela, muitas vezes, “extravasa pelos meus poros”. E vai, sozinha, arrumando confusões, bagunçando a casa para depois eu arrumar. Mas, no final, sempre nos reencontramos.

Enquanto o amor esperado não dar o ar da graça, vago com minh’alma à deriva, sem me prender a ninguém, sem esperar por telefonemas, por correspondências, por reciprocidade... Vago simplesmente sem esperar. Acredito que, um hora dessas, ele virá, mais cedo ou mais tarde. Virá, invadirá, montará sua barraquinha no meu espaço íntimo e permanecerá o tempo que tiver de ser. Prefiro acreditar nisso a pensar que não existe mais nada, que não existe amor romântico.

Como diz o poema, “não importa o que foi escrito pelo destino”, nós escrevemos nossa própria história, torta, tosca, mal ou bem escrita, ela é obra de nosso próprio punho. Podemos adorná-la com flores ou com espinhos, a escolha é totalmente nossa. Sempre digo isso, é melhor ser alegre que ser triste, então enfeite sua estrada com milhares de rosas e não espere das pessoas, agradeça o que receber e siga em frente. Uma hora qualquer, de um dia qualquer, num momento qualquer, sem que esteja preparada, sem que esteja esperando, o amor aparece e permanece.

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Para falar de Carnaval

Período sem igual! Eu amo o Carnaval! Mas nutro algo ainda maior pelo Carnaval de Olinda e é para lá que eu vou! Todo mundo convidado!

“Olinda, quero cantar pra ti esta canção. Teus coqueirais, teu sol, teu mar, faz meu coração vibrar de amor a sonhar. Olinda sem igual, salve teu carnaval!”
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Para agradecer

Obrigada ao meu amigo blogueiro, profeta do óbvio (http://www.profetadoobvio.weblogger.terra.com.br), pela singela homenagem prestada em seu blog. Quem manda bem é você! Estarei sempre por lá, visitando-o e comentando seu olhar sobre o mundo. Agradeço também a Sonia, do Desatinos (http://www.desatinos.weblogger.terra.com.br) pela poesia lá em cima. Beijos a comunidade blogueira que passa aqui!