Da saudade, dos problemas, de tudo um pouco
Ninguém quer saber dos problemas dos outros. Cada um de nós já tem problemas demais a resolver. Ninguém quer entrar em um blog e ler sobre as tristezas e melancolias daquela outra pessoa, que, muitas vezes, não sabemos nem quem é. Ninguém quer saber das aflições dos outros. Mas hoje eu estou triste e tenho milhões de motivos para estar!
Sinto-me só e vazia! Sinto que minha vida está passando e eu não estou tomando as rédeas dela. Fico vendo as coisas correrem sem me dar conta, as obrigações se avolumando, a maturidade chegando, cobranças, decisões e eu aqui, como uma criança que se perde no Centro da cidade às vésperas do Natal. Olho de um lado para o outro e não sei o caminho de casa; não vejo nenhum rosto familiar, apenas um mar de gente e sacolas; não me vejo preparada para decidir para que lado devo ir (será que é o caminho certo ou estarei me afastando ainda mais?); não sei se devo pedir ajuda a estranhos (e se eles não forem de confiança? Ou pior: forem ladrões de crianças?), não sei se paro, sento e choro; não sei se grito por socorro; não sei se finjo que sei tudo para que não percebam o quão frágil e sensível estou; não sei se escancaro minha situação para que alguém com bom coração me ajude...
Não pedi para a vida ser assim. Não escolhi estar aqui, nascer onde nasci, na família em que cresci, nesta época. No entanto, mesmo sem querer, estou aqui e me cobram, e pedem respostas, e argumentam... Bom mesmo era quando passávamos os dias de sunga, a colher frutos e flores e a tomar banho de sol, preocupando-nos apenas acerca de quem iria pescar o peixe da próxima refeição e quem iria casar com quem dentre os membros da tribo.
Essa sensação de incompetência, de impotência vem me torturando faz algum tempo. As pessoas para as quais eu poderia correr nos momentos de aflição, hoje em dia, sinto-os mais frágeis, sensíveis, perdidos, carentes que eu mesma. E, na verdade, não quero ser fonte de problema para ninguém, muito menos para eles dois. Queria poder ser a solução, mas não sei me virar sozinha. Nem sei se nasci para este mundo.
Sinto falta de alguém para me ouvir. E sinto mais falta ainda de alguém que está do outro lado do país, que nunca vi, que nem sei como é direito, mas que me faz muita falta agora, neste exato momento. Sinto falta dos meus amigos “europeus”, do carinho e da atenção deles para comigo. Sinto falta de ter tempo para ir à praia e de jogar conversa fora com os amigos à beira da piscina lá do prédio. Sinto falta de beijar na boca e sentir o corpo amolecendo (“neve num vulcão”, adoro essa metáfora). Sinto falta de mim mesma, da alegria que eu tinha aos dezessete, das cambalhotas que eu dava na quadra do colégio, do grêmio Antônio Sales, dos bilhetes divididos nas horas de aula, das risadas nos corredores e dos primeiros amores. Sinto falta daquele ar de “tenho meu futuro todo pela frente” quando do primeiro semestre da faculdade. Sinto falta de acreditar que poderíamos mudar o mundo. Sinto falta de crer que serei alguém no futuro. Sinto falta de acreditar no amor e em pessoas verdadeiras. Sinto falta de ser quem eu fui há alguns anos.
Preciso crescer, mas está doendo. Preciso aprender a mandar em mim mesma, porque é muito fácil ser independente, exigente, querer tudo do bom e do melhor quando quem paga a conta não é você, quando quem assume o risco não é você, quando a responsabilidade não é sua. Mas agora a responsabilidade é minha, sim, e eu tenho que transpor todos estes obstáculos. Preciso voltar a ser amiga dos meus amigos, porque me distanciei muito de alguns deles. Preciso voltar a acreditar em mim e que serei feliz. Preciso, mas hoje não! Hoje eu estou mal e quero ficar só, curtir minha fossa, ouvir Renato Russo e extrapolar minha melancolia com lágrimas que com certeza escorrerão pelo meu rosto. Amanhã, novo dia, outro humor. Eu me prometo!
Sinto-me só e vazia! Sinto que minha vida está passando e eu não estou tomando as rédeas dela. Fico vendo as coisas correrem sem me dar conta, as obrigações se avolumando, a maturidade chegando, cobranças, decisões e eu aqui, como uma criança que se perde no Centro da cidade às vésperas do Natal. Olho de um lado para o outro e não sei o caminho de casa; não vejo nenhum rosto familiar, apenas um mar de gente e sacolas; não me vejo preparada para decidir para que lado devo ir (será que é o caminho certo ou estarei me afastando ainda mais?); não sei se devo pedir ajuda a estranhos (e se eles não forem de confiança? Ou pior: forem ladrões de crianças?), não sei se paro, sento e choro; não sei se grito por socorro; não sei se finjo que sei tudo para que não percebam o quão frágil e sensível estou; não sei se escancaro minha situação para que alguém com bom coração me ajude...
Não pedi para a vida ser assim. Não escolhi estar aqui, nascer onde nasci, na família em que cresci, nesta época. No entanto, mesmo sem querer, estou aqui e me cobram, e pedem respostas, e argumentam... Bom mesmo era quando passávamos os dias de sunga, a colher frutos e flores e a tomar banho de sol, preocupando-nos apenas acerca de quem iria pescar o peixe da próxima refeição e quem iria casar com quem dentre os membros da tribo.
Essa sensação de incompetência, de impotência vem me torturando faz algum tempo. As pessoas para as quais eu poderia correr nos momentos de aflição, hoje em dia, sinto-os mais frágeis, sensíveis, perdidos, carentes que eu mesma. E, na verdade, não quero ser fonte de problema para ninguém, muito menos para eles dois. Queria poder ser a solução, mas não sei me virar sozinha. Nem sei se nasci para este mundo.
Sinto falta de alguém para me ouvir. E sinto mais falta ainda de alguém que está do outro lado do país, que nunca vi, que nem sei como é direito, mas que me faz muita falta agora, neste exato momento. Sinto falta dos meus amigos “europeus”, do carinho e da atenção deles para comigo. Sinto falta de ter tempo para ir à praia e de jogar conversa fora com os amigos à beira da piscina lá do prédio. Sinto falta de beijar na boca e sentir o corpo amolecendo (“neve num vulcão”, adoro essa metáfora). Sinto falta de mim mesma, da alegria que eu tinha aos dezessete, das cambalhotas que eu dava na quadra do colégio, do grêmio Antônio Sales, dos bilhetes divididos nas horas de aula, das risadas nos corredores e dos primeiros amores. Sinto falta daquele ar de “tenho meu futuro todo pela frente” quando do primeiro semestre da faculdade. Sinto falta de acreditar que poderíamos mudar o mundo. Sinto falta de crer que serei alguém no futuro. Sinto falta de acreditar no amor e em pessoas verdadeiras. Sinto falta de ser quem eu fui há alguns anos.
Preciso crescer, mas está doendo. Preciso aprender a mandar em mim mesma, porque é muito fácil ser independente, exigente, querer tudo do bom e do melhor quando quem paga a conta não é você, quando quem assume o risco não é você, quando a responsabilidade não é sua. Mas agora a responsabilidade é minha, sim, e eu tenho que transpor todos estes obstáculos. Preciso voltar a ser amiga dos meus amigos, porque me distanciei muito de alguns deles. Preciso voltar a acreditar em mim e que serei feliz. Preciso, mas hoje não! Hoje eu estou mal e quero ficar só, curtir minha fossa, ouvir Renato Russo e extrapolar minha melancolia com lágrimas que com certeza escorrerão pelo meu rosto. Amanhã, novo dia, outro humor. Eu me prometo!
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