aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

22.3.05

Não quero a perfeição!

Final feliz (??) para uma história de amor. Final previsível, pré-destinado, plausível, esperado. Anita feliz com Rodrigo. Perfeito!

Que se dane a perfeição, porque ela não tem a menor graça! Não tem graça quando é assim: por demais óbvia, por demais lógica, por demais... A perfeição é isso mesmo: rotineira, monótona, sem surpresas, sem emoção. Diante dessa conclusão, resolvi algo para a minha vida: Vou correr léguas dos príncipes encantados.

Não quero o homem que a minha mãe sonhou. Não quero o genro-filho-marido perfeito. Não quero uma vida perfeita, numa casa perfeita, com filhos perfeitos, em dias perfeitos... Detesto o Sandy’s way of life! Nada nem ninguém são perfeitos. Somos todos falíveis e errantes e é neste ponto que está toda a beleza da vida. É justamente no que há de defeito em nós, que estão nossos maiores encantos. Somos o que somos. E quero um ser humano ao meu lado. Alguém com dúvidas, questionamentos, problemas, erros, confusões, mudanças de humor, altos e baixos. Quero simplesmente alguém sem maiores qualificativos.

Procuro alguém que me escute e rebata. Alguém que me ame e saiba dizer quando estou errada. Alguém que brigue comigo quando for preciso e que me ofereça ombros largos e carinho para suportar meu pranto. Quero alguém opinioso, impulsivo, amigo, generoso... Mas que, ao mesmo tempo, seja ocupado (como eu), sem tempo (como eu), cabeça dura (como eu), imprevisível (como eu), chato (como eu)... Alguém que entenda que pouco importa o que aquelas pessoas que não têm influência nenhuma na nossa vida pensam da gente, pouco importa o que elas acham-falem-comentem-espalhem. Pouco importa quanto dinheiro se têm. Pouco importa o que já passou, pelo simples fato de já ter passado.

Quero mesmo alguém que perceba que, às vezes, a minha carranca é proteção, minha extroverção (essa palavra existe???) é timidez, meu sorriso é uma máscara, meu desdém é admiração, minha ausência é manifesta saudade, meu pranto é alegria, minha alegria é fingimento, minha antipatia é precaução, minha verborragia é insegurança, meu silêncio é tristeza, meu isolamento é reflexão, minha falta de tempo é válvula de escape, minhas farras são apenas necessidade de afirmação, minha vaidade é baixa-estima, meus “enfins” são só “poréns”, meus pontos finais são apenas vírgulas, meus “nãos” são “sins”... Ou não! Talvez não seja nada disso! Quero alguém que entenda toda a antítese que eu sou, toda a confusão, a bagunça que há em mim e ainda assim me ame!

Alguém disse que talvez Anita não seja feliz com o Rodrigo, que ela deveria perceber o quão volúvel ele é. Concordo. Mas ela só vai saber se essa história é pra valer se tentar. E Anita tá lá, se arriscando mais uma vez. Eu faria o mesmo! Faria igual a ela, mil vezes se fosse preciso! Já bati a cabeça na parede tantas vezes mesmo! Enquanto não estivermos perdendo tempo e oportunidades, sempre vale a pena mesmo que não seja A pessoa.

Sou assim: só aprendo no erro. Sigo errando, sigo sem saber o que virá, mas sinto que O ALGUÉM está a caminho.

“Na bruma leve das paixões que vêm de dentro,
tu vens chegando pra brincar no meu quintal.
No teu cavalo, peito nu, cabelo ao vento
e o sol quarando nossas roupas no varal.
Tu vens... tu vens....
Eu já escuto teus sinais.
A voz de um anjo sussurrou no meu ouvido,
E eu não discuto já escuto teus sinais,
Que tu virias numa manhã de domingo
E eu te anuncio nos sinos das catedrais...”

Esse post faz algum sentido pra vocês??? Ou sou só eu que tô achando ele meio doido???