aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

11.5.05

Pílulas

Semana de cão. Nunca me senti tão cansada. Mas a certeza da farra do fim de semana me faz suportá-la. Amanhã à noite, deixo a terrinha cantando: "Ai, ai, ai, ai, tô solteira em Salvador! Cadê o meu amor?!?!?". Ai, Bahia, minha nega, você promete arrebentar meu coração. E eu, que de santa, medrosa, cautelosa, não tenho nada, tô contando os minutos...

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Não sei onde eu tava com a cabeça quando inventei de colocar o curso de francês para as sete e meia da manhã! Personne ne le mérite! Dava meu reino inteiro por mais duas horinhas de sono! E "Todo dia faço tudo sempre igual, me sacudo às seis horas da manhã", só que não sorrio, fico blasfemando a vida... Ai, ai, santa ignorância.

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Só para adoçar um pouco meus dias, postarei dois poeminhas de minha autoria, já que os outros deram boas repercussões (não recebi nem um ovo ou tomate voador até agora), vou postando aos poucos minhas "obras" (rsrsrs).


Fim

Quer ir embora? Vai...
Finja não saber que contei horas
Esperando você voltar,
Que arrumei a casa, a sala, a alma
Na ansiedade de te ver adentrar
Esqueça todos nossos momentos,
Os bons e os lamentos,
Em que foste amante e amigo
Em que simplesmente esteve comigo.

Vai e não olhe pra trás!
Agora já não adianta mais!
Não sinta remorso ou culpa.
Deite a cabeça no travesseiro e durma!

Vai! Tás esperando o quê?
Vai! Enquanto ainda há tempo de viver!
Vai, enquanto está claro,
Enquanto é manhã
E te embeleza a doçura da maçã
E a juventude não custa caro.

Vai! Vai logo! Some daqui!
Continuarei plantando orquídeas
Vivendo de qualquer jeito a vida
Usando perfume de jasmim
Continuarei escovando os cabelos
No fim do dia, vendo o sol se por
Lacrimejando com o fim do calor
Desejando teus olhos sem tê-los

Vai! Não sofrerei tanto assim...
E quem sabe, um dia, voltes para mim!

Complexo

Cansei...
De tentar mostrar o óbvio,
De provar meu sentimento
De me conformar com o irrisório
De viver nesse tormento

Chega...
De forjar sorrisos!
De fingir conformação!
De usar de artifícios!
De viver contemplação!

Basta...
De se alegrar com o ínfimo
De viver de esperança
De sorrir para o mínimo
Dessa falta de importância

Preciso ter juízo,
Sair da contra-mão,
Largar este meu vício,
Essa irretorquível ilusão

Cansei, chega, basta...
Deste poema cínico
Pois quando você se afasta
De joelhos eu fico

Imploro seu retorno
Não seguro o choro
E peço perdão

Ajoelhada no chão.