25.9.05
18.9.05
Desabafos...
Não sei nem como começar esse post, mas sei que preciso colocar pra fora essas coisas que me estão cá dentro.
Sempre tive essas mudanças frequentes de humor, esses altos e baixos, essas vezes de alegria e de tristeza (bipolar?!?!?). Prefiro sempre ver as coisas pelo lado bom, prefiro sempre acreditar nas pessoas, no mundo, no BEM, na energia maior que move tudo que existe. Acreditar que o que há de melhor estar por vir, me mantém caminhando.
Ocorre que nos últimos tempos tenho visto justamente o contrário. Não sei se a vida está querendo medir minhas forças. Não sei a razão, a bem da verdade. Mas é uma série de verborragias egoístas, uma explosão de falta de senso, uma super-exposição de discursos elitistas, infundados... É tanta gente que não tá nem aí para as coisas que acontecem ao redor, na porta da casa da gente, na esquina, no semáforo. É tanta gente enxergando apenas o próprio umbigo, preocupando-se apenas com seus próprios interesses, esforçando-se apenas para ocupar um lugar de destaque na sociedade e satisfazer suas próprias vaidades... É tanta gente se fechando dentro de si, como se vivesse isolado numa ilha particular, como se não dependesse de outros seres humanos... É tanta gente achando que seus pequenos problemas cotidianos são verdadeiras catástrofes, sem perceber que existe tanto sofrimento e dor nesse mundo de meu deus. É um povo que circula na high-society, se preocupando com vinhos caros e whiskies blue label, com carrões importados, com roupas de estilistas famosos, com sei-mais-lá-o-quê que povoa a mentalidade insana dos "bem-nascidos".
Sei não... Acontece que esta realidade cruel vem sendo cuspida na minha cara exatamente no momento em que eu voltei a crer naquele sonho adolescente de que cada um de nós pode fazer alguma coisa para transformar o mundo num lugar melhor. É, pode ser pueril, mas eu creio na canção que diz que só depende de nós.
E aí, eu fico aqui, pensando que eu sou mesmo uma iludida, porque o que eu creio, na verdade, nunca sequer chegou a existir. E aí eu me sinto cansada de lutar, de gastar meus argumentos, de falar porque o que eu penso e digo não mudará mesmo a atitude deles. E aí, sempre que eu me deparo com eles, eu não consigo emudecer, eu não consigo não tentar fazê-los perceber que tá tudo errado. Não consigo simplesmente ficar na minha e "laisser passer". E aí acabo fazendo inimizades e desfazendo amizades em potencial. E aí fico assim, nesse "bad mood".
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Chá-de-panela ontem de uma amiga queridíssima que casará em novembro. Umas 20 e poucas mulheres plantando o terror! Nunca ri tanto na minha vida (Nem me senti tão encalhada)! Se eu tiver que passar por aquilo tudo, definitivamente preciso rever meus conceitos a respeito de casar (digamos que furar uma camisinha com os dentes para descobrir que líquido há dentro, usando uma fantasia de chapéuzinho vermelho comprada num desses "sex shop's" de quinta, na frente da própria mãe não é uma experiência das melhores).
15.9.05
"Sonho que se sonha junto é realidade"
E a esperança ressucita; o sorriso se abre; o coração palpita; a garganta grita; os olhos brilham; o corpo estremece; a cabeça gira; as pernas desobedecem; e parece então que tudo faz sentido; e parece então que nada foi em vão; e parece então que tinha de ser assim; e parece então que é mais bonito porque foi assim; e você pede beliscões para ter certeza de que não é sonho; e você espreme os olhos para se assegurar de que não está dormindo; e você chora e demora a acreditar; e de repente tem certeza de suas convicções; e de repente, tem certeza de que nem tudo está perdido; e de repente, enxerga a luz no fim do túnel; e de repente, percebe que é possível mudar o que está errado; e de repente percebe água pura em meio à lama; e de repente, a esperança ressucita!
11.9.05
GREVE e Revival
Muitas pessoas não entendem porque apoio a greve dos professores da UFC. Enquanto formanda, eu deveria estar indignada. Enquanto estudante e principal prejudicada, eu deveria ser veementemente contra, certo? Pois eu apoio a greve e aplaudo a atitude não só dos professores da minha Universidade, como das outras 24 federais em greve no país.
Não vou discorrer aqui sobre a pauta de discussão, nem sobre as motivações da greve. Este blog não tem cunho político. Não tenho a enor pretensão de transformá-lo num embate político-ideológico. Só colo aqui um texto que um colega de turma mandou para o nosso grupo e reflete exatamente o que penso e porque me orgulho de estudar numa universidade pública, gretuita e para todos, porque me orgulho de fazer parte de uma universidade federal.
"Foi mais ou menos assim:
Ele era um menino e não podia ter mais que nove anos.
O pai era ausente, como a maioria dos paisdaquela geração, sempre ocupadíssimos, entre
trabalhos, afazeres e outras...
Mas, naquela manhã, num daqueles dias luminosos que só o Rio tem, tinham saído juntos, talvez para tomar um picolé. Quando voltavam para o apartamento, felizes da vida, o pai bem humorado, e o filho encantado com o sorvete, viram aquela cena inusitada:
Dois guris engalfinhados numa luta feroz. Um deles era um garoto que o pai já tinha visto
brincando com o filho; e o outro, um rapaz mais velho e imensamente maior. O menor estava apanhando para chuchu. Brigavam por causa de umas bolas de gude que o grandalhão queria tirar do moleque.
O filho queria ir para casa, mas o pai segurava a sua mão com força. E então, à queima roupa,
o pai disparou a fatídica pergunta:
- Você não vai fazer nada?
Foi ali que o menino foi colocado, pela primeira vez, diante de um dilema moral. Porque a escolha era entre o ruim e o muito ruim. Ou o garoto não reagia, prostrado pelo medo, e seria julgado pelo pai como um covarde ou intercedia a favor de seu amigo e, provavelmente, levaria uma surra.
Foi assim que ele aprendeu a primeira lição ética de sua vida, daquelas que não se esquece:
Numa luta entre desiguais, a indiferença é sempre a cumplicidade com o mais forte."
Valério Arcary
"... ou os estudantes se identificam com o destino de seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam dele, e, nesse caso, serão aliados daqueles que exploram o povo." (Florestan Fernandes)
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Tava aqui em casa, nesse sábado à noite, sem fazer absolutamente nada, que não vagar pelo cyberespaço, quando caio num flog de um amigo, em que tocava uma música que me fez rever minha vida inteira passando num filme. Inúmeras fotografias mentais me doeram novamente. Inúmeros perfumes me feriram as narinas novamente. Inúmeras palavras eu escutei mais uma vez. E fiquei aqui, com a música ecoando como se dentro de mim estivesse. Ela serve perfeitamente pra muitos momentos e eu sou mesmo meio mutante. Por isso e por muitas outras coisas que não convém que eu expresse aqui, segue a letra.
Juro que não vai doer
Se um dia eu roubar
O seu anel de brilhante
Afinal de contas dei meu coração
E você pôs na estante
Como um troféu
No meio da buginganga
Você me deixou de tanga
Ai de mim que sou romântica!
Quando eu me sinto um pouco rejeitada
Me dá um nó na garganta
Choro até secar a alma de toda mágoa
Depois eu passo pra outra
Como um mutante
No fundo sempre sozinho
Seguindo o meu caminho
Ai de mim que sou romântica!
Kiss me, baby, kiss me
Pena que você não me quis
Não me suicidei por um triz
Ai de mim que sou assim!Romântica, assim!
7.9.05
FERIADO
Fez um solzinho delicioso hoje. Praia, roda de amigos, coca-cola muito gelada, caranguejo, bate papo... O que mais eu poderia pedir???
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Dia da Inde-pendência (?) do Brasil, né? Então eu vou colocar aqui um piadinha que eu vi no Blog de um amigão meu e que me fez bolar de rir:
Qual o filme: Algumas formiguinhas estavam passeando pelo jardim quando encontraram uma caneta BIC sem carrego. Elas entraram, acharam o ambiente legal, transparente, longo, uma acústica interessante... Resolveram, então, fazer uma festa naquele lugar. Colocaram luzes, som, papel celofane em todas as luminárias, globo, caixa de som, música dançante etc. Qual o nome do filme?????
Resposta: In the pen dance day (huahuahuahua!)
3.9.05
Tipo assim...
Tipo acordar e saber que ainda se pode dormir uma hora. Tipo tomar um café da manhã na cama, que será sorvido em grandes beijos apaixonados. Tipo conferir seu nome na lista de aprovados no vestibular. Tipo viajar para o lugar com o qual a gente passou a vida inteira sonhando em ir. Tipo quando a gente vê na telinha do ultrasom o coraçãozinho batendo. Tipo saber que se ganhou na Mega Sena acumulada. Tipo ser promovido. Tipo reunião de amigos que não se vê há anos. Tipo ver um pôr do sol na Ponte Metálica. Tipo banho de mar. Tipo andar de mãos dadas no calçadão. Tipo pegar sem querer alguém tecendo enormes elogios a você. Tipo descobrir que aquela pessoa é realmente sua amiga. Tipo ser surpreendido por uma caixa de bombons no meio da semana enviada por um admirador secreto. Tipo cafuné em colo de mãe. Tipo perceber que a recíproca é plenamente verdadeira. Tipo conversar até perder noção da hora e ver o sol nascer. Tipo cerveja gelada e caranguejo. Tipo dormir abraçado depois de uma noite insone. Tipo atender a ligação que se esperava há dias. Tipo barzinho com amigos. Tipo festa de aniversário surpresa. Tipo desvanecer com um perfume reconhecido num elevador. Tipo encontrar a alma gêmea. Tipo ter o futuro inteiro pela frente. Tipo reconhecer que se fez o que deveria ter sido feito nas horas mais difíceis. Tipo abraço apertado de alguém que chega. Tipo saudade pressentida de alguém que vai. Tipo certeza de que é pra sempre. Tipo ter amigos da vida toda. Tipo descobrir-se apaixonado. Tipo complexo de Elektra e pai apaixonado. Tipo mimos de namorado. Tipo gargalhada incontrolável. Tipo muitos livros daqueles que se lê centenas de vezes e se emociona em cada uma delas como a primeira vez. Tipo banho de chuva e beijo na boca. Tipo o segundo anterior ao beijo e o exato do gozo. Tipo assim, a vida, entende?
É assim que eu quero que seja meu álbum de recordações!
É assim que eu quero que seja meu álbum de recordações!
1.9.05
Dependência
Só porque a identificação foi espiritual, mais um trecho dele:
"Eu pensara té então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém. Até então aceitara todas as ausências e dizia muitas vezes para os outros que me sentia um pouco como um álbum de retratos. Carregava centenas de fotografias amarelecidas em páginas que folheava detidamente durante a insônia e dentro do ônibus olhando pelas janelas e nos elevadores de edifícios altos e em todos os lugares onde de repente ficava sozinho comigo mesmo."(Caio Fernando Abreu - Iniciação, in: O ovo apunhalado)