aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

18.9.05

Desabafos...

Não sei nem como começar esse post, mas sei que preciso colocar pra fora essas coisas que me estão cá dentro.
Sempre tive essas mudanças frequentes de humor, esses altos e baixos, essas vezes de alegria e de tristeza (bipolar?!?!?). Prefiro sempre ver as coisas pelo lado bom, prefiro sempre acreditar nas pessoas, no mundo, no BEM, na energia maior que move tudo que existe. Acreditar que o que há de melhor estar por vir, me mantém caminhando.
Ocorre que nos últimos tempos tenho visto justamente o contrário. Não sei se a vida está querendo medir minhas forças. Não sei a razão, a bem da verdade. Mas é uma série de verborragias egoístas, uma explosão de falta de senso, uma super-exposição de discursos elitistas, infundados... É tanta gente que não tá nem aí para as coisas que acontecem ao redor, na porta da casa da gente, na esquina, no semáforo. É tanta gente enxergando apenas o próprio umbigo, preocupando-se apenas com seus próprios interesses, esforçando-se apenas para ocupar um lugar de destaque na sociedade e satisfazer suas próprias vaidades... É tanta gente se fechando dentro de si, como se vivesse isolado numa ilha particular, como se não dependesse de outros seres humanos... É tanta gente achando que seus pequenos problemas cotidianos são verdadeiras catástrofes, sem perceber que existe tanto sofrimento e dor nesse mundo de meu deus. É um povo que circula na high-society, se preocupando com vinhos caros e whiskies blue label, com carrões importados, com roupas de estilistas famosos, com sei-mais-lá-o-quê que povoa a mentalidade insana dos "bem-nascidos".
Sei não... Acontece que esta realidade cruel vem sendo cuspida na minha cara exatamente no momento em que eu voltei a crer naquele sonho adolescente de que cada um de nós pode fazer alguma coisa para transformar o mundo num lugar melhor. É, pode ser pueril, mas eu creio na canção que diz que só depende de nós.
E aí, eu fico aqui, pensando que eu sou mesmo uma iludida, porque o que eu creio, na verdade, nunca sequer chegou a existir. E aí eu me sinto cansada de lutar, de gastar meus argumentos, de falar porque o que eu penso e digo não mudará mesmo a atitude deles. E aí, sempre que eu me deparo com eles, eu não consigo emudecer, eu não consigo não tentar fazê-los perceber que tá tudo errado. Não consigo simplesmente ficar na minha e "laisser passer". E aí acabo fazendo inimizades e desfazendo amizades em potencial. E aí fico assim, nesse "bad mood".
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Chá-de-panela ontem de uma amiga queridíssima que casará em novembro. Umas 20 e poucas mulheres plantando o terror! Nunca ri tanto na minha vida (Nem me senti tão encalhada)! Se eu tiver que passar por aquilo tudo, definitivamente preciso rever meus conceitos a respeito de casar (digamos que furar uma camisinha com os dentes para descobrir que líquido há dentro, usando uma fantasia de chapéuzinho vermelho comprada num desses "sex shop's" de quinta, na frente da própria mãe não é uma experiência das melhores).