aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

9.8.05

Do mico e dos meus pensamentos

(A foto não tem nada a ver, mas foi a única que encontrei lá da faculdade)



Existem poucos micos mais toscos que ser vítima de um carro de loucuras de amor. Pior ainda se a demonstração pública de amor ocorrer em ambientes públicos como restaurantes, shopping centers, escolas ou faculdades.
Sim, faculdades!!!

Hoje pela manhã fui à faculdade assistir à irretorquível, indefectível aula de Processo Civil do ilustríssimo, iluminadíssimo e surpreendentemente charmoso professor Juvêncio. Terminada a aula, estávamos todos os alunos da velha, centenária e histórica Salamanca a conversar entre os prédios.

Sem mais nem menos, para um carro coberto de balões multicoloridos e aquela turba de alunos gozadores corre para o portão de entrada. A cena seria trágica se não fosse cômica. Contavam uns 500 alunos a ouvir a “homenagem” a alguém que aniversariava. Uma turma, à frente dos demais, denunciava-se autora do mico maior de todo meu período naquela instituição. Pior que isso, só mesmo se alguma mocinha descuidada descesse bolando a escadaria do prédio velho, de saia, com a calcinha à mostra.

Pois bem. A “homenagem” fora encomendada por alguns colegas de turma do dito cujo aniversariante, Rodrigo, seu nome, acho que do 3° semestre no máximo. A música entoada obviamente duvidava da masculinidade do rapaz. Mas, apesar das chacotas e gozações, eu me emocionei. Talvez o fato de já estar à beira de saltar fora da salamanca, ou a admiração que tenho pela minha turma de amigos, ou ainda seja o simples fato de que ando meio à flor da pele ultimamente... A razão eu não sei precisar.

Mas, cá com meus botões, fiquei pensando que esse rapaz é muito bem quisto e que conseguiu fazer uma turma de amigos naquele reduto de intelectuais, playboys, patricinhas e revolucionários... Fiquei pensando que esse período da faculdade é mesmo mágico e que, lá mesmo, conquistamos amizades que nos acompanharão a vida inteira. Fiquei pensando que ele, mesmo que esteja morrendo de vergonha das turmas dos outros semestres cantando em alto e bom tom “Senta! Eu sei que senta! Senta! Ele senta! Senta no cavalo só pra levantar o rabo!” (tosco demais!), mesmo assim, nunca esquecerá da “homenagem” confeccionada por amigos de faculdade, isso vira história para contar pra neto, vocês não acham?

Pensando nisso, eu e meus botões, chegamos à conclusão de que a faculdade representa mesmo um momento mágico. Entramos lá adolescentes ainda, saímos com uma bagagem, para o mercado de trabalho, com planos viáveis e palpáveis e um monte de coisa pra realizar.

O meu momento tá acabando e eu sei que fiz o que era pra ser feito, vivi o que tinha de ser vivido. Amigos? Muitos... Farras? Demais... Amadurecimento? Sem dúvida... que venha agora a vida adulta!