aberta ao mundo

Ando pela vida como se abertos estivessem todos os caminhos do mundo. (Mário Quintana)

13.10.05

Verdade Verdadeira

Tenho tanta coisa guardada aqui, dentro de mim, que muitas vezes fica difícil organizar tudo e ir soltando devagar. Preferível explodir, vomitar, botar pra fora, que mitigar a dor de ver a coisa em erupção, escorrendo como lava de dentro de mim e queimando tudo ao redor.
Tenho tanta coisa guardada dentro de mim, que por vezes questiono se sou capaz mesmo de sentir tudo, de anestesiar o coração, de continuar respirando com tanto amor comprimido, com tantos gritos engolidos, com tantos soluços presos na garganta, com tudo...
Tenho tanta coisa guardada dentro de mim, que, às vezes, me pergunto se vou conseguir lembrar de tudo isso quando já não puder repetir; me indago se saberei reconhecer a felicidade que vivi e a tristeza que senti; se terei memória dos lugares que conheci e dos amigos que fiz; interrogo-me se guardarei os momentos em que me faltaram o ar e a compostura.
Há tanto sentimento em mim, que chego a acreditar que sou mesmo sentimental, que é tudo tangível, sensível, superficial... Tudo tão à flor da pele que brisa de praia machuca por causa da areia e qualquer um pode me derrubar.
Sou tão sensível que, às vezes, nem consigo expressar.
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Desculpem a ausência: SP, depois Natal... Fiquei muito tempo fora, mas já estou de volta!